O cardeal Van Thuan, que ficou preso muitos anos em um campo de concentração comunista do Vietnã, convidado para pregar para o papa João Paulo II, disse: “No seminário, minha formação se inspirou na vida da cura de São João Maria Vianney, e do padre Pio.
Eles me acompanharam durante toda a vida sacerdotal. Lembro-me de que o padre pio celebrava a missa não em vinte ou trinta minutos, mas em uma hora, uma hora e meia. Ninguém reclamava da duração da missa, porque todos estavam fascinados pela sua maneira de celebrar, inclusive, os bispos que assistiam.
Alguém perguntou a são João maria Vianney porque às vezes ele chorava e outras vezes sorria quando celebrava a missa. Ele respondeu que sorria quando pensava no dom da presença de Jesus na eucaristia e chorava quando pensava nos pecadores que não podem receber tal dom.
Quando fui preso, retiraram todos os meus pertences, mas me permitiram escrever para casa e pedir roupa e remédios. Eu pedi que me enviassem vinho em frascos de remédio para o estômago. No dia seguinte, o diretor da prisão me chamou para perguntar se eu estava mal do estômago, e se tinha algum remédio.
Depois de escutar as minhas respostas afirmativas, me entregou um pequeno frasco de vinho com uma etiqueta que dizia: “Remédio para a dor de estômago”. Este foi um dos dias mais felizes da minha vida!
Desta forma eu pude celebrar a missa dia após dia, com três gotas de vinho e uma gota d´água na palma da mão e com um pouco de hóstia que me davam para a celebração, e que eu guardava com muito cuidado contra a umidade.
A presença de jesus fazia maravilhas…Na solidão, na fome… Foi possível sobreviver. Pouco a pouco, um a um, muitos dos presos manifestaram o desejo de ser católicos. A presença da eucaristia mudou a prisão, transformando-a em um lugar de amizade, de reconciliação.
O cardeal Van Thoan e seus companheiros viveram a promessa de jesus em João 6,56:”Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” Esta promessa é também, para você.
Padre Alberto Gambarini