Por natureza, nosso interior é plenificado por muitas maneiras. Tanto é que um fato sempre reprime o outro e o mantém em constante movimento, muitas vezes em tempestade e tumulto. Quando pela manhã acordamos, deveres e preocupações do dia já nos querem cercar (caso já não tiverem atrapalhado a tranqüilidade do sono da noite). Aí aparece a inquietante pergunta: Como poderei vencer isso tudo num só dia? Quando poderei fazer isto, quando aquilo? A gente gostaria de agitar e começar tempestivamente.

Mas significa que devemos tomar as rédeas na mão e dizer: Devagar! Em primeiro lugar, agora nada deverá perturbar-me. Minha primeira hora matutina pertence ao Senhor. “Quero iniciar o trabalho do dia-a-dia que ele me manda fazer. E Ele me dará a força para executá-lo. Assim desejo caminhar para o altar de Deus. Ali não se trata de minhas pequenas preocupações, mas sim, do grande sacrifício de reconciliação.”

Agora começa o trabalho do dia: talvez servir na escola quatro ou cinco horas, uma atrás da outra. Significa estar atento e presente ao que se está fazendo, pois cada hora tem sua tarefa diferente. Nesse ou naquela hora (escolar) não se consegue o que se queria, talvez em nenhuma. Cansaço próprio, interrupções imprevistas, algo do que as crianças não entendem, alguns dissabores, algo revoltante, algo angustiante.

Ou serviço burocrático: relacionamento com prepostos e colegas desagradáveis, exigências não satisfeitas, censuras injustas, miséria humana, talvez necessidades várias. Vem a hora do almoço. Chega-se em casa exausto e cansado e esperam-se eventualmente novas improcedências. Onde está agora a renovação da alma, vivida na manhã? De novo queremos ferver e estourar: indignação, aborrecimento, arrependimento. E tanto ainda por fazer até a noite: Não devemos ir logo adiante? Não, enquanto não tiver encontrado novamente por um momento a serenidade e a paz.