O Papa Francisco enviou na quarta-feira, 25 de dezembro, uma mensagem de saudação de Natal aos líderes políticos do Sudão do Sul, assinada em conjunto com o líder da Igreja da Inglaterra, o Arcebispo Justin Welby e o ex-moderador da Igreja da Escócia, John Chalmers, na qual insistiu em sua intenção de visitar este país africano.
“Por ocasião do Santo Natal e do início do novo ano, desejo os melhores votos de paz e de prosperidade a vocês e ao povo do Sudão do Sul, assegurando-lhes nossa proximidade aos seus esforços para implementar prontamente os Acordos de Paz”, diz a carta assinada pelos três líderes cristãos.
Na missiva, o Santo Padre, juntamente com Welby e Chalmers, oferece suas orações “por um renovado compromisso no caminho da reconciliação e de fraternidade” e invoca “abundantes bênçãos para cada um de vocês e sobre o conjunto da nação”.
“Que o Senhor Jesus, Príncipe da Paz, ilumine e guie seus passos na bondade e na verdade, para que a nossa esperada visita a este querido país seja possível”, finaliza a carta.
A preocupação do Pontífice pelo Sudão do Sul, país que desde sua independência em 2011 padece uma grave crise política e humanitária, é constante. Por isso, anunciou em 16 de março passado a sua intenção de visitar o país em 2020. No entanto, a visita está à espera de que se confirmem as condições de estabilidade e segurança necessárias.
Durante a oração do Ângelus em 10 de novembro na Praça de São Pedro, Francisco insistiu em sua intenção de viajar ao país. “Dirijo um pensamento especial ao meu querido povo do Sudão do Sul, que devo visitar no próximo ano (2020)”, disse naquela ocasião.
Além disso, alguns dias depois, em 13 de novembro, recebeu o Arcebispo Welby no Vaticano e juntos concordaram que, “se a situação política permitir a constituição de um governo de transição de unidade nacional nos próximos 100 dias, quando expirar o acordo assinado nos últimos dias em Entebbe (Uganda), é sua intenção viajar juntos em uma visita ao Sudão do Sul”. O ex-moderador da Igreja da Escócia John Chalmers também participaria dessa visita.
A crise política no Sudão do Sul resultou em uma guerra civil aberta a partir de dezembro de 2013. O país encontrou, após sua independência, grandes dificuldades em combinar as numerosas etnias e culturas que convivem na nação.
Os dois povos principais do país, o povo Dinka e o Nuer, enfrentam uma série de diferenças políticas irreconciliáveis. Seus líderes, o presidente Salva Kiir (presidente do país) e opositores pertencentes ao povo Nuer, se reuniram no Vaticano em abril de 2019, convidados pelo Pontífice por ocasião de um retiro espiritual.
O objetivo era renovar o acordo de paz assinado em 2015, que foi suspenso em julho de 2016, quando os confrontos violentos foram retomados.
Como se isso não bastasse, a desintegração do Estado do Sudão do Sul e o conflito civil agravaram as consequências da seca que, junto com a disputa com o Sudão pelo controle das matérias-primas do norte do país, causou uma grave fome.
Fonte: acidigital