
Fecha com chave de ouro o ano com este humilde santo. Humilde pelos que escreveram mas grandioso e muito eloquente pelos protagonistas destes 366 dias, que nos têm vindo a ensinar como eles -criaturas humanas de carne e osso como nós - se foram encontrando com Cristo e a partir desse dia começaram a sua "marcha sem retorno", e chegaram a alcançar os seus propósitos. É a lição mais notável que todos à uma nos dão: "Sede como nós". "lmitai as nossas vidas no que têm de imitável".
São Silvestre faz de "ponte" entre o fim e o começo de um novo ano, sempre motivo de alegre esperança, sem nunca nos cansarmos, sem dizer "basta", mas sim "sempre para a frente".
São Silvestre é um daqueles homens que, quando se conhecem, não se pode deixar de os amar, já que a sua vida foi simples, procurou ocultar sempre os seus êxitos e esforçou-se por fazer sempre o bem a todo o custo, embora fosse por alguns mal interpretado...
Nasceu em Roma em uma família rica, cerca de 270. Viveu ainda os últimos safanões da perseguição contra os cristãos. Súrio descreveu a sua bela vida que resume nestas lindas frases: "Varão divino, de aspecto angelical, elegante e claro no falar, honesto em seu corpo, santo nas suas obras, grave e maduro nos seus conselhos, católico na fé, pacientíssimo na esperança, generoso na caridade, adornado pelo Senhor com tais graças e virtudes, que lhe granjearam a simpatia de cristãos e gentios". Boa síntese duma vida da qual já se poderia dizer que estava tudo dito.
Ascendeu ao sumo pontificado, sucedendo a São Melquíades, nos momentos tão transcendentais da história para a Igreja e para o mundo civilizado, como os que se seguiram ao famoso Edito de Milão, proclamado um ano antes, em 313. Duros anos tinha passado a Igreja fundada por Cristo, reduzida às tenebrosas Catacumbas. Agora já podiam celebrar livremente o culto divino e estender a religião por todo o mundo. Abrem-se pois novos horizontes para a Igreja que terá que saber aproveitar. Para isso, foi um homem providencial o Papa São Silvestre I. Não se distinguiu pela sua muita sabedoria, mas sim pela grande prudência, zelo apostólico e, sobretudo, pela sua grande humildade. De fato, apesar de ter acontecido no seu pontificado e de ter sido ele o motor de tudo, não aparece como principal protagonista no primeiro Concílio Ecumênico da Igreja celebrado em 325, em Niceia, convocado por Constantino, mas presidido pelo Bispo Ósio de Córdoba e pelos presbíteros delegados do Papa Silvestre, Vito e Vicente.
Já antes, no ano 314, se tinham reunido em ArIes os Bispos de Espanha, França e Itália para lutar contra a heresia donatista, onde também não esteve presente o Papa Silvestre, cuja ausência é lamentada, visto que "a sua autoridade mais ampla teria realizado as decisões desta Assembleia", dizem os mesmos bispos.
A história da vida e obras destes 21 anos de glorioso pontificado foi cantada por muitos historiadores da sua época e posteriores, mas nela nem tudo corresponde à verdade objetiva da história. É duvidoso até que ponto pôde influir a ação do Papa no comportamento de Constantino, embora nisto estejam de acordo os historiadores ao afirmar que a maior parte das boas obras que o imperador realizou em favor da Igreja eram dirigidas pela mão oculta do Bispo de Roma, Silvestre I.
Ergueu vários templos sumptuosos, tais como São João de Latrão, São Pedro no Vaticano, São Lourenço... Foram anos de prosperidade e de extensão da fé cristã. É o primeiro Papa que não morre mártir, mas sim santo, a 31 de Dezembro do ano 335.
Oração a São SIlvestre
Vinde, Senhor, em auxílio do vosso povo, que confia na intercessão do papa São Silvestre, e conduzi-o ao longo desta vida presente, para que chegue um dia à felicidade da vida que não tem fim. Por Nosso Senhor.

