06 Out 2015
São Bruno, presbítero e fundador (+1101)
Imagem do santo do dia

Muito se escreveu e falou antes de chegar o ano mil. O século X foi um século obscuro. Os milenaristas apontavam, com vozes catastróficas, terríveis males que nunca existiriam a não ser nas suas mentes doentias. Pelo contrário cedo abundaram homens prodigiosos que mereceram renome universal e eterno. Um deles, São Bruno, que foi cantado como o "Pai dos solitários; Restaurador da vida solitária; O santo do ora e labora; A luz da Igreja; Ornamento do século Xl: Flor do clero e glória da França e da Alemanha".

Da gloriosa estirpe dos Ubior nasceu em 1030 em Colônia, Alemanha. Seus pais quando ele nasceu prognosticaram que o Senhor seria glorificado e não se equivocaram. Recebeu uma esmerada educação cristã e científica. Frequentou as melhores e mais afamadas Universidades do seu tempo chamando a atenção pela sua ágil inteligência e pela sua grande bondade. Quando jovem estudante apelidavam-no de "Bruno o santo" e" Bruno o sábio".

Foi chamado pelo arcebispo de Reims para aceitar um canonicato primeiro e depois uma cátedra. Em todas as tarefas que lhe eram confiadas sobressaía pela seriedade è entrega que colocava nelas.

Uma piedosa tradição conta que a vocação para a solidão e silêncio e a vida muito austera que desde este tempo abraça Bruno se deveu a um fato prodigioso: celebravam-se os funerais de um ilustre professor da Universidade de Paris e, durante a missa, o defunto levantou-se do ataúde e ordenou que o tirassem daquele lugar sagrado e o lançassem a um monturo porque pelos seus muitos pecados não arrependidos estava condenado por justo juízo de Deus. Isto gravou-se profundamente no coração de Bruno que decidiu abandonar o mundo com todas as suas dignidades e entregar-se à oração, solidão e maceração do corpo.

Pouco antes, Bruno, sendo ainda muito jovem, já tinha aberto uma cátedra que cedo chegou a chamar a atenção pela sabedoria e santidade que entre aqueles muros corria. Era um sábio e um santo quem orientava aquelas aulas e era lógico que o fruto se começasse a ver dentro em breve. Entre os seus discípulos contar-se-iam san¬tos e sábios e até um Papa, Urbano II.

O seu discípulo Hugo, depois eleito Bispo de Grenoble, teve uma visão ou sonho que não sabia interpretar mas depressa saiu da dúvida. Viu como no deserto da Cartuxa - terreno da sua diocese -desciam do céu sete estrelas e uns anjos Ievavam um templo nas mãos. Pouco depois, Bruno prostrava-se diante dele acompanhado de seis companheiros e solicitava do seu antigo discípulo autorização para estabelecer-se naquele deserto. Assim nasceu a primeira Cartuxa da história a que se seguiram muitas outras chamando sempre a atenção pela observância e austeridade de vina: solidão, silêncio perpétuo, abstinência de carnes, oração contínua, terna devoção à Virgem Maria...

O Papa, os bispos e as pessoas em geral ficam profundamente impressionadas quando conhecem o rigorismo destas vidas que parecem mais de anjos que de homens. O Papa chama Bruno a Roma. Quer mantê-lo perto de si e também procura mitigar aquela dureza de vida. O santo fundador opõe-se e convence o Santo Padre que aquele é o caminho inspirado por Deus e que pode muito bem suportar-se com as forças humanas e a ajuda da graça que nunca falta. Bruno regressa à Cartuxa e, de dia para dia, se absorve mais em Deus. A sua exclamação favorita será:" Oh Bonitas!, isto é, Oh Bondade de Deus!" Ela será o suspiro de uma alma que nada tem já a ver com o mundo se não for para levar os seus irmãos para Deus. Foi no dia 6 de Outubro de 1101 que partiu para a eternidade.

Oração a São Bruno

Onipotente e Eterno Deus, que concedestes a graça da fidelidade a São Bruno, fundador da Ordem dos Cartuxos, através do silêncio e da contemplação, concedei-nos também a nós sermos bem firmes na fé pela contemplação de vossas maravilhas.

São Bruno, rogai por nós.