O secretário do Vaticano para as relações entre os Estados, dom Dominique Mamberti, diz que a Igreja Católica está acompanhando “de perto e com profunda preocupação” o conflito na Ucrânia, onde estão sendo “violados direitos humanos fundamentais”.
Num discurso dirigido ao 21º Conselho Ministerial da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que se concluiu nesta sexta-feira, 5, em Basileia, na Suíça, dom Dominique Mamberti lamentou as “perdas humanas” e o “sofrimento” que aquela guerra causa.
O arcebispo marroquino sublinhou ainda que, apesar de todos os mecanismos diplomáticos e políticos disponíveis, a resolução dos conflitos aconteça por meio das armas.
“Infelizmente, é evidente que até as melhores ferramentas são ineficazes quando há falta de vontade política para as implementar em boa-fé”, referiu o secretário do Vaticano para as relações entre os Estados.
Para a Igreja Católica, é imperioso resolver a presente situação através do “diálogo e da negociação”, pois disso depende o bem-estar “não só daqueles que estão diretamente envolvidos mas também de toda a comunidade internacional”.
“Quando está em causa alcançar a paz, não podem haver hesitações nem falta de boa vontade, todos os meios possíveis devem ser usados”, apontou dom Dominique Mamberti, recordando recursos que têm ficado de fora como “o Documento de Viena”, no âmbito do reforço das medidas de confiança e segurança entre os Estados.
Dom Dominique recordou em seguida o centenário do início da Primeira Guerra Mundial, que está a ser assinalado este ano, para apontar que a memória daquele acontecimento, que causou na Europa “um sofrimento sem precedentes”, deveria servir como um “imperativo moral” na prevenção de mais “horrores e divisões”.
“A paz é um bem indivisível. Ou é para o bem de todos ou o bem de ninguém. Por isso, todos temos de a construir com determinação”, sustentou.
Na sua intervenção diante dos membros do Conselho Ministerial da OSCE, dom Dominique Mamberti lembrou também o 25.º aniversário da queda do Muro de Berlim.
Uma efeméride que “mais do que recordar o final de uma era de profunda divisão”, deve ser vista como “um símbolo de esperança”, uma prova de que “é possível ultrapassar obstáculos aparentemente intransponíveis em benefício de uma vida com dignidade e liberdade”, complementou.
Fonte: CN Notícias