O Concílio Vaticano II continua sendo um dos eventos mais importante e mais incompreendidos da história da Igreja Católica. Muitos falam sobre ele, mas poucos sabem o que está escrito nos próprios documentos do Concílio.
Isso é lamentável, pois os documentos fornecem um plano de renovação na Igreja que cresce organicamente a partir do passado. Os textos revelam não uma “ruptura” completa com a tradição, como muitos afirmam, mas uma compreensão muito mais rica da vida da Igreja.
O Concílio do Vaticano II e a reforma da liturgia
Por exemplo, em Sacrosanctum Concilium, a Constituição do Concílio Vaticano II sobre a liturgia, existem orientações sobre como essa renovação deveria acontecer:
Para conservar sã tradição e abrir ao mesmo tempo o caminho a um progresso legítimo, faça-se uma acurada investigação teológica, histórica e pastoral acerca de cada uma das partes da Liturgia que devem ser revistas. Tenham-se ainda em consideração às leis gerais da estrutura e do espírito da Liturgia, a experiência adquirida nas recentes reformas litúrgicas e nos indultos aqui e além concedidos. Finalmente, não se introduzam inovações, a não ser que uma utilidade autêntica e certa da Igreja o exija, e com a preocupação de que as novas formas como surjam a partir das já existentes”.
O documento explica ainda que reforma litúrgica deve ser feita com base na “nobre simplicidade”.
“Brilhem os ritos pela sua nobre simplicidade, sejam claros na brevidade e evitem repetições inúteis; devem adaptar-se à capacidade de compreensão dos fiéis, e não precisar, em geral, de muitas explicações”.
Promoção da instrução litúrgica aos leigos
O documento também indica que os fiéis leigos precisam ser ensinados sobre a beleza da liturgia e seu importante papel na Missa:
“Procurem os pastores de almas fomentar com persistência e zelo a educação litúrgica e a participação ativa dos fiéis, tanto interna como externa, segundo a sua idade, condição, gênero de vida e grau de cultura religiosa, na convicção de que estão cumprindo um dos mais importantes múnus do dispensador fiel dos mistérios de Deus. Neste ponto guiem o rebanho não só com palavras mas também como o exemplo”.
De fato, os fiéis precisam participar ativamente da liturgia, “interna e externamente”. Isso requer um estudo cuidadoso da história da liturgia, suas raízes bíblicas e como os fiéis participam da missa sentados nos bancos.
Acima de tudo, se você realmente deseja compreender o Concílio Vaticano II, comece lendo os documentos e descubra a rica renovação inaugurada pela Igreja e que ainda está sendo implementada quase 60 anos depois.
Fonte: Aleteia