Amanhã, 8 de Abril, é Dia Internacional dos Ciganos, ou os Povos Rom. Por esta ocasião o Cardeal Péter Erdô, Presidente do CCEE, Conselho das Conferências Episcopais da Europa, e o Bispo anglicano Christopher Hill, Presidente da CEC, Conferência das Igrejas Europeias, emitiram uma mensagem conjunta. Nela afirmam que todo o ser humano é criado à imagem de Deus e que os cristãos e as suas Igrejas estão chamados a transmitir a Boa Nova a todos. Pedem também às comunidades cristãs abertura em relação aos ciganos que são muitas vezes excluídos, vivendo na pobreza e à margem da sociedade.
Sublinham também que, não obstante as dificuldades por que têm passado ao longo da sua história, as minorias ciganas têm mantido uma rica cultura que inclui valores como a vida familiar, o amor pelas crianças, a fé em Deus, o respeito pelos defuntos, o prazer da música e da dança. Consideremos esta cultura um dom de Deus que merece respeito e apoio – escrevem o Cardel Péter Erdo e D. Christopher Hill. A situação actual de muitos ciganos na Europa é deplorável – afirmam. Os principais problemas que enfrentam são o anti-gitanismo verbal e de acção em todo o continente, a alta taxa de desemprego, a falta de formação profissional e, consequentemente, a extrema pobreza.
Do lado positivo, os dois eclesiásticos, põem em evidência o fato de serem já muitos os jovens ciganos que estudam em escolas superiores e universidades. O conhecimento da população cigana e e a sensibilidade em relação a ela está a crescer.
As Igrejas cristãs, os sacerdotes, os pastores e os fiéis leigos têm procurado, ao longo dos séculos, ajudar os seus irmãos e irmãs ciganos de todas as formas – frisam os dois presidentes, convictos de que ao lado da instrução e da ocupação, o coração humano constitui o terceiro pilar importante no desenvolvimento das relações com o povo cigano.
As nossas Igrejas – prosseguem na sua mensagem – têm ajudado, em diversos lugares, as comunidades ciganas a integrar-se socialmente, sem perderem, todavia a sua cultura. Esta ajuda concretiza-se através da assistência às crianças nos trabalhos de casa, dos serviços médicos, de ajudas alimentares, de suporte legal e outras formas de apoio. Eles pedem às comunidades cristãs da Europa para apoiarem essas iniciativas, tornando-se verdadeiros irmãos e irmãs para com essas pessoas necessitadas.
Devemos edificar novas relações justas com o povo cigano e empenhar-nos na difícil, mas fundamental tarefa de saneamento e reconciliação – rematam os dois líderes cristãos – afirmando que agir a favor da justiça significa trabalhar pela reconciliação com esse passado.
Fonte: Rádio Vaticana