Para entender o sacramento da penitência é necessário recordar uma palavra muito forte do papa Francisco, na audiência geral de 20/11/13: “todos nós somos pecadores. Também o Papa se confessa a cada quinze dias, porque inclusive o Papa é pecador.”. Estas palavras nos fazem recordar o alerta da 1 Jo 1,8-9: “Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade.”
O pecado para ser perdoado, tem que ser reconhecido por quem o comete. Daí surge a palavra penitência que é a atitude e até a virtude, pela qual detestamos o pecado e dele nos arrependemos porque ofende a Deus e Dele nos separa. Por outro lado, não basta somente o arrependimento, porque sozinhos jamais seremos capazes de vencer a destruição que o pecado causa em nós, no relacionamento com Deus e os irmãos. Deus providenciou o remédio para o pecado, permitindo a Seu Filho morrer na cruz por nossos pecados. Em Ef 2,4-5 lemos: “Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em conseqüência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo – é por graça que fostes salvos! ”
Deus se aborrece com o pecado, mas ama o pecador e não deseja que ele se afunde no pecado, mas quer retirá-lo dele. Neste espírito, Deus oferece ao pecador a graça de uma reviravolta interior, que se chama conversão, ou seja uma mudança total. O homem sozinho não pode fazer isso. Somente Deus tem o poder de dar a graça ou a força para o homem se levantar de suas quedas, se libertar de seus vícios e fraquezas, ser curado de suas mágoas e tantas outras feridas interiores.
Esta conversão nunca é algo individualista. Ninguém se converte para si, e sim para Jesus. Neste momento, passamos a fazer parte da família de Deus, a Igreja. E foi justamente através dela, que Jesus concede aos apóstolos o poder de perdoar os pecados, como lemos em Jo 20,23:“Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos.”. O sacerdote no confessionário, é a realidade visível destas palavras sendo colocadas a nossa disposição. Ele esta aí, em nome de Cristo, para dar o perdão de Deus que traz a cura para o pecado.
Não devemos ficar muito tempo sem confessar, porque a confissão constante nos ajuda a estabelecer o esta do vigilância pedida por Jesus, em Mt 26,41: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Não devemos nos cansar de confessar, e nem cair na rotina, banalizando o pecado. Aproximemos da confissão com o desejo de mudar. É neste momento que acontece a manifestação da misericórdia divina. Como acontece isso? Chegando ao confissionário geralmente dizemos: “Pe. Eu cometi estes pecados….”, e no final ele responde: …Eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Ao sair do confessionário podemos voltar para o dia a dia com a segurança do perdão de Deus, Ele nunca se cansa de nos perdoar. Em nosso coração levamos a certeza do infinito amor de Deus. Nunca tenha medo de se aproximar da confissão, por mais grave que seja o pecado, Deus esta sempre pronto a perdoar.
Fonte: Blog Padre Alberto Gambarini
Eu quero crer que só que ama, perdoa. Quem ainda não aprendeu a amar ou tem muita dificuldade para tal,terá a mesma proporcionalidade para se perdoar, perdoar e pedir perdão.As duas virtudes divinais: amar e perdoar andam eternamente juntas. Deus é exímio em amar e extremamente generoso em perdoar.