É costume fazer promessa para obter uma graça e é uma tradição da igreja antiga. Se não fosse válido, as autoridades da igreja não deixaria de nos advertir a respeito. Até mesmo os santos faziam promessas.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que: “Em várias circunstâncias o cristão é convidado a fazer promessas a Deus. Por devoção pessoal o cristão pode também prometer a Deus este ou aquele ato, oração, esmola, peregrinação, etc. A fidelidade às promessas feitas a Deus é uma manifestação do respeito devido à majestade divina e do amor para com o Deus fiel” (CIC § 2101).
Mas, com toda a certeza não devemos fazer “negociatas” com Deus. Não é correto acreditar que Deus “vende” favores em troca de “pagamentos” de nossa parte. Não há nada que podemos dar a Deus, que já é a perfeição e a plenitude, nem Ele mede seus favores conforme o “pagamento”.
Mas, não acredito que promessas sejam feitas com espírito interesseiro, ou quem as faz chegue a pensar que está “comprando” um milagre. Vejo as promessas como um desejo de dar a Deus uma garantia do nosso relacionamento por seus favores. Ele não quer dar-nos pouco, quer dar-no tudo.
Há passagens bíblicas que contêm promessas. Jacó faz uma promessa a Deus: “Jacó fez então este voto: “Se Deus for comigo, se ele me guardar durante esta viagem que empreendi, e me der pão para comer e roupa para vestir, e me fizer voltar em paz casa paterna, então o Senhor será o meu Deus. Esta pedra da qual fiz uma estela será uma casa de Deus, e pagarei o dízimo de tudo o que me derdes” (Gn 28,20-22).
Ou, Ana, a mãe do profeta Samuel, fez um voto: “E fez um voto, dizendo: Senhor dos exércitos, se vos dignardes olhar para a aflição de vossa serva, e vos lembrardes de mim; se não vos esquecerdes de vossa escrava e lhe derdes um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor durante todos os dias de sua vida, e a navalha não passará pela sua cabeça” (1Sm 1,11).
É certo que as promessas não obrigam Deus a nos dar o que Ele não quer dar, pois Ele sabe o que é melhor para nós, mas estas promessas podem obter do Senhor, muitas vezes através da intercessão dos santos, graças de que necessitamos. Jesus mandou pedir e com insistência.
As promessas quase sempre consistem em algo que nos custa, ou orações, ou esmolas, coisas que sabemos ser do agrado de Deus (cf. Mt 6-1,18). Se a prática das promessas levar o cristão ao exercício dessas boas obras, então é benéfica. As promessas são expressões do amor filial dos cristãos a Deus.
Fiz uma promessa,à muito tempo,só que nunca consegui cumprir. O que poderia fazer.