[…] Falando da pregação de Jesus, até os seus adversários expressaram, à sua maneira, o seu sentido fundamental, quando lhe disseram: “Mestre, sabemos que és verdadeiro… que ensinas com franqueza o caminho de Deus” (Mc 12,14). Jesus era, então, Mestre no “caminho de Deus”: expressão de profundas raízes bíblicas e extra-bíblicas para designar uma doutrina religiosa e salvífica. Quanto aos ouvintes de Jesus, sabemos pelo testemunho dos Evangelistas que eles estavam impressionados por outro aspecto de sua pregação: “Ficaram maravilhados com sua doutrina, porque lhes ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas” (Mc 1,22). “… Falava com autoridade” (Lc 4:32). Esta competência e autoridade estavam constituídas, principalmente, pela força da verdade contida na pregação de Cristo. Os ouvintes, os discípulos, chamavam-no de “Mestre”, não tanto no sentido de que ele conhecesse a Lei e os Profetas e os comentasse com agudez, como os escribas faziam. O motivo era muito mais profundo: Ele “falava com autoridade”, e essa era a autoridade da verdade, cuja fonte é o próprio Deus.
São João Paulo II
Catequese, Audiência Geral (05-04-1988)
Primeiro Papa polonês da história da Igreja (1920-2005)
Fonte: Aleteia