O Papa Francisco se despediu da Armênia neste domingo (26/06), que o acolheu com afeto e alegria em sua visita a este “primeiro país cristão”.
A Armênia é povoada desde os tempos pré-históricos. É uma terra bíblica citada em alguns livros do Antigo Testamento com o nome do monte que é o símbolo desta terra: o Ararat.
O Livro do Gênesis 8, 4 diz que após o dilúvio, a Arca de Noé “encalhou sobre os montes de Ararat”.
Foi para “o país de Ararat” que Adramelec e Sarasar fugiram depois de matarem seu pai Senaquerib, rei da Assíria, contam o 2Rs 19, 37 e Is 37, 38.
O Profeta Jeremias predisse que Ararat estaria entre os “reinos” que viriam contra Babilônia no tempo de sua destruição (Jr 51, 27).
Este monte de 5.162 metros de altitude domina o horizonte de Yerevan, capital da Armênia, mas pertence à Turquia que como país com a configuração atual surgiu, em 1920, com o fim do Império Otomano.
O território habitado pelos armênios era imenso. Mas, em 1915, o Império Otomano iniciou o genocídio que resultou no massacre de um milhão e quinhentos mil armênios dentro de sua pátria histórica, que constitui a atual República da Turquia.
A capital Yerevan é uma das cidades mais antigas do mundo, fundada em 782 a.C pelo Rei Argistis I no Reino de Urartu que corresponde ao Reino de Ararat.
Esse povo que passou por várias vicissitudes ao longo de sua história, uma delas, recente, o ateísmo forçado até 1991, pois a Armênia fazia parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, sempre se manteve fiel às suas raízes cristãs, ao Evangelho proclamado aqui pelos Apóstolos Bartolomeu e Tadeu.
Seguiu os passos de São Gregório, o Iluminador, fundador da Igreja Armênia, que em 301 curou o Rei Tirídates III que se converteu ao cristianismo e tornou a Armênia oficialmente cristã.
O povo armênio é exemplo de resistência e determinação. Deixa um marca indelével no coração de quem se abre para acolher a sua história e cultura. Por causa do genocídio, esse povo fugiu do país e procurou refúgio em vários países do mundo, tornando-se refugiado.
Uma miniatura da Arca de Noé, simbolizando o papel da Armênia como ‘arca da salvação’ para os refugiados provenientes de várias regiões fronteiriças e do Oriente Médio, foi presenteada ao Papa neste sábado (25/06), no final do encontro ecumênico de oração pela paz, em Yerevan.
Descendentes dos armênios perseguidos durante o genocídio levaram simbolicamente uma mostra de terra com sementes de uvas cultivas no país, colocando-a na arca, gesto repetido pelo Papa.
O Bispo dos Armênios Católicos da América do Sul, Dom Vartan Waldir Boghossian, que acompanhou aqui na Armênia a visita do Papa Francisco, nos fala da chegada dos armênios ao Brasil.
Fonte: Rádio Vaticano