Mais de 200 frades menores estiveram na manhã desta terça-feira (26/05) no Vaticano, onde foram recebidos pelo Pontífice. Membros da Ordem de todo o mundo estão reunidos no Capítulo geral, que acaba de reeleger o estadunidense Frei Michael Perry como Ministro geral.
Recebendo o grupo, Francisco fez um discurso em que abordou os dois elementos essenciais da identidade franciscana: a minoridade e a fraternidade.
Minoridade nos aproxima da salvação
A minoridade chama a ser e sentir-se pequenos diante de Deus, entregando-se totalmente à sua infinita misericórdia. “Quem não se reconhece como ‘menor’, como pecador, não compreende a misericórdia. Quanto mais cientes somos de ser pecadores, mais estaremos próximos da salvação”, disse o Papa.
“Minoridade significa também sair de nós mesmos, de nossos esquemas e visões pessoais; significa ir além das estruturas, dos hábitos e de nossas seguranças e testemunha a proximidade concreta aos pobres, carentes e marginalizados, em atitude de compartilha e serviço”, lembrou.
A importância do testemunho da fraternidade
Prosseguindo, o Papa considerou a dimensão da fraternidade, frisando que ela também pertence ao testemunho evangélico. “A Família franciscana é chamada a expressar esta fraternidade concreta, recuperando a confiança recíproca nos relacionamentos interpessoais, para que o mundo veja e creia”, apontou ainda.
“Nesta perspectiva”, indicou o Papa ao grupo, “é importante resgatar a consciência de que são portadores de misericórdia, reconciliação e paz. Se realizarem esta vocação – que corresponde ao seu carisma – serão uma congregação ‘em saída’”.
As origens da Ordem
Para frisar o conceito, o Papa leu o Capítulo III da Regra Bulada de São Francisco: “Aconselho, admoesto e exorto meus frades no Senhor Jesus Cristo que, quando vão pelo mundo, não litiguem nem contendam com palavras, nem julguem os outros; mas sejam amáveis, pacíficos e modestos, mansos e humildes, falando a todos honestamente… E em qualquer casa em que entrem, digam primeiro: Paz a esta casa”.
Para Francisco, estas exortações são muito atuais; são profecia de fraternidade e minoridade: “Como é importante viver uma existência cristã e religiosa sem se perder em disputas e fuxicos, cultivando um diálogo sereno com todos em mansidão e humildade, anunciando a paz e vivendo sobriamente, contentes do que nos é oferecido!”.
O risco do apego aos bens
Completando, o Papa alertou: “Se, ao contrário, se apegarem aos bens e riquezas do mundo, depositando nelas a sua segurança, será o próprio Senhor a desnudá-los”.
Para terminar, Francisco lembrou que o Espírito Santo é o animador de nossas relações e de nossa missão na Igreja e no mundo. Quando os consagrados se deixam iluminar e guiar pelo Espírito, é mais fácil enfrentar desafios como o envelhecimento e a escassez de vocações. Ao se despedir, o Papa encorajou os frades e confiou toda a Ordem à materna proteção da Virgem Maria.
Fonte: Rádio Vaticana