O Papa pronunciou seu primeiro discurso em terras bolivianas no aeroporto de El Alto, no final da tarde de ontem, na capital da Bolívia. Após ser recebido pelo Presidente Evo Moráles, ao se dirigir às milhares de pessoas presentes no aeroporto, Francisco voltou a falar sobre a cultura do descarte e da exclusão social: dois temas muito recorrentes nesta viagem à América do Sul. E acrescentou uma nova expressão: a “cultura da memória”.
Inclusão
A Bolívia tem dado passos importantes na inclusão de amplos setores na vida econômica, social e política do País, afirmou o Pontífice ao recordar que a Constituição reconhece os direitos dos indivíduos, das minorias, do meio ambiente, e instituições sensíveis a tais realidades.
“Tudo isto requer um espírito de cooperação dos cidadãos, de diálogo e participação dos indivíduos e dos atores sociais nas questões de interesse comum. O progresso integral dum povo inclui o crescimento em valores das pessoas e a convergência em ideais comuns que consigam unir vontades, sem excluir nem rejeitar ninguém”.
Vazio
O Papa advertiu para os perigos de crescimento que não leva em consideração o ser humano na sua condição integral.
“Se o crescimento for apenas material, corre-se sempre o risco de voltar a criar novas diferenças, de a abundância de uns ser construída sobre a escassez de outros. Por isso, além da transparência institucional, a coesão social requer um esforço na educação dos cidadãos”.
Ao reiterar a opção preferencial e evangélica da Igreja pelos últimos, Francisco cunhou a expressão “cultura da memória”.
Cultura da Memória
“Custodiar aos que hoje são descartados por tantos interesses que colocam ao centro da vida econômica o deus dinheiro. E são descartadas as crianças e o jovens que são o futuro do País, e os idosos que são a memória. Por isso, temos que cuidar e protegê-los, porque são nosso futuro”.
E finalizou:
“A Igreja opta por gerar com este cuidado uma “cultura da memória” que garanta aos idosos não só a qualidade de vida nos seus últimos anos, assim como o calor e o carinho, como bem expressa a Constituição da Bolívia”.
Fonte: Rádio Vaticano