O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (20/10), na Sala Clementina, no Vaticano, os sessenta participantes do 55º Capítulo Geral da Ordem dos Agostinianos Recoletos.
O Pontífice deu as boas-vindas aos presentes e destacou o lema deste capítulo, uma frase que saiu do fundo do coração de Santo Agostinho: “Toda a nossa esperança está na grandeza da Tua misericórdia. Dai-me o que me ordenas e ordena-me o que quiserdes.”
“Esta invocação nos leva a ser homens de esperança, ou seja, com horizontes, capazes de colocar toda a nossa confiança na misericórdia de Deus, conscientes de que somos incapazes de enfrentar sozinhos com as nossas forças os desafios que o Senhor nos apresenta. Somos pequenos e indignos, porém em Deus está a nossa segurança e alegria. Ele nunca decepciona. É o único que nos leva por caminhos misteriosos com amor de Pai.”
O Papa Francisco destacou que este Capítulo Geral dos Agostinianos Recoletos “quis rever e colocar diante de Deus a vida da Ordem, com seus anseios e desafios para que o Senhor lhes dê luz e esperança. Para buscar a renovação e impulso é necessário voltar-se para Deus e pedir-lhe o novo mandamento que Jesus nos deu: ‘Amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês’. Pedimos o seu amor para que sejamos capazes de amar”.
“Olhamos ao passado e damos graças por tantos dons recebidos. Fazemos esta viagem histórica segurando na mão do Senhor, pois é Ele quem nos dá a chave para interpretá-la. Não se trata de fazer história, mas descobrir a presença do Senhor em cada acontecimento, em cada etapa da vida. O passado nos ajuda a voltar ao carisma e saboreá-lo com todo o seu frescor e integridade. Ele também nos dá a possibilidade de analisar as dificuldades que surgiram e como foram superadas a fim de enfrentar os desafios atuais, olhando para o futuro. Este caminho, junto com Jesus, se tornará uma oração de ação de graças e purificação interior.”
O Papa disse ainda que quando o Senhor está no centro de nossa vida tudo é possível e convidou os Agostinianos Recoletos a serem “criadores de comunhão”.
“Somos chamados a criar, com a nossa presença no mundo, uma sociedade capaz de reconhecer a dignidade de cada pessoa e compartilhar o dom que cada um é para o outro. Com o nosso testemunho de comunidade viva e aberta que o Senhor nos ordena, através do sopro do seu Espírito, podemos atender às necessidades de cada pessoa com o mesmo amor com que Deus nos amou. Este é o poder que levamos, não os nossos próprios ideais e projetos; mas a força de sua misericórdia, que transforma e dá vida.”
O Papa convidou os religiosos prosseguirem com espírito renovado o sonho de Santo Agostinho: viver como irmãos “com um só coração e uma só alma” que reflete o ideal dos primeiros cristãos e que eles sejam profecia viva de comunhão neste mundo, para que não haja divisão, conflito e exclusão, mas que reine a concórdia e se promova o diálogo”.
Fonte: Rádio Vaticano