“O Diaconato como serviço” é o título do artigo de Dom José Gislon, Bispo da Diocese gaúcha de Erechim. Ele inicia a reflexão afirmando que há 50 anos foi concluído o Concílio Ecumênico Vaticano II – um sopro do Espírito Santo que deu início à renovação da vida da Igreja, na sua missão de responder aos anseios espirituais de uma sociedade que passava por um processo de mudanças profundas no contexto social, político, econômico, cultural e religioso.
Segundo o Prelado, o Concílio deu oportunidade à Igreja de fazer uma releitura histórica do seu longo caminho percorrido, mas ao mesmo tempo de fazer uma reflexão sobre o seu compromisso de continuar anunciando o Reino de Deus na história encarnada na vida dos homens e das mulheres de um mundo em mudanças.
“A nossa Diocese de Erechim, criada após o término do Concílio, procurou, desde o início, assimilar as propostas conciliares na sua ação pastoral. Uma das novidades propostas pelo Concílio foi restabelecer na Igreja o diaconato permanente. Não nos moldes da Igreja primitiva, quando tinha função importante própria da época na vida da Igreja e da sociedade. Mas recuperando o diaconato como dom de Deus, do chamado e da vocação para viver a missão a serviço da Igreja comunidade povo de Deus nas atuais circunstâncias”, avalia.
Ainda de acordo com o Bispo, graças à resposta generosa ao chamado de Deus, existe na Diocese gaúcha vários diáconos, alguns servindo a Igreja nas comunidades por muitos anos, e outros já solicitaram o merecido direito de se tornarem eméritos. Porém, conforme ele, pelo chamado contínuo que Deus faz ao coração dos homens para colaborarem no anúncio do Reino, também temos aqueles que assumiram o ministério recentemente.
“Podemos dizer que, no ministério, os diáconos vivem a espiritualidade que nasce da missão de serem samaritanos, profetas e levitas. A espiritualidade do diácono samaritano nasce da experiência e da descoberta da misericórdia e da caridade de Deus que pousa seu olhar sobre seus próprios filhos”, destaca.
Por fim, Dom Gilson salienta que a espiritualidade do diácono profeta é aquela da presença, da companhia, como fez naquela noite Cristo Jesus no caminho de Emaús (Lc 24,15-35). Para ele, a espiritualidade deriva da descoberta da promessa de Deus no coração da nossa história para torná-la presente na nossa vida. Por isso, o Prelado afirma que a espiritualidade profética atesta as agruras da realidade presente, mas, à luz da Palavra de Deus, é cheia de esperança na ação salvífica de Deus que age na história através da vida das pessoas.
“A espiritualidade do diácono levita, nasce da experiência do discípulo, daquele que se coloca no seguimento do mestre Jesus e na confiança de que este o chama para segui-lo na fidelidade. Tenhamos presente que, na disponibilidade de seguir, amar e servir o mestre Jesus, se realizam todas as vocações na vida da Igreja”, conclui.
Fonte: Gaudium Press