Durante a audiência geral desta quarta-feira (28/11) ao saudar os peregrinos poloneses, o Papa recordou que ontem foi aberta uma mostra na Pontifícia Universidade Urbaniana dedicada à família Ulma, poloneses que foram exterminados pelos nazistas alemães, durante a II Guerra Mundial, por terem escondido e ajudado os judeus:
“Esta numerosa família de Servos de Deus, que aguarda a beatificação – disse Francisco – deve ser para todos nós um exemplo de fidelidade a Deus e aos Seus mandamentos, de amor ao próximo e de respeito à dignidade humana”.
Um martírio silencioso
É uma história que nos conta o martírio silencioso de muitos cristãos durante as violências da II Guerra Mundial. A história foi contada ao Papa Francisco durante a sua visita ao campo de extermínio Birkenau em julho de 2016.
A família Ulma
Józef Ulma e sua esposa Wiktoria Niemczak moravam no vilarejo de Markowa na Polônia, uma comunidade agrícola profundamente católica. Tinham seis filhos: o mais velho tinha 8 anos e a caçula 1 ano e meio. Sua esposa estava grávida esperando o sétimo. Józef era agricultor e apicultor e muito ativo no Círculo da Juventude Católica local.
O massacre nazista
Quando iniciaram as perseguições antissemitas, muitos católicos tentavam ajudar os judeus: mas quem fazia arriscava a vida. Józef e Wiktoria não tiveram dúvidas e deram refúgio a 8 judeus escondendo-os na sua casa. Mas um espião revelou aos nazistas. Era a manhã de 24 de março de 1944: os nazistas capturaram os judeus matando-os com tiros na nuca. Józef e Wiktoria foram assassinados na porta de casa diante das crianças e de muitos habitantes de Markowa obrigados a assistirem como advertência a todos. Depois, os nazistas atiraram nos seis filhos com uma frieza barbárica.
“Justos entre as Nações” rumo à honra dos altares
Em 1955 a família Ulma foi colocada na lista dos “Justos entre as Nações”, prêmio instituído pelo Memorial do Holocausto como reconhecimento a todos os não judeus que durante a II Guerra Mundial salvaram vidas de judeus perseguidos pelo regime nazista. Em 2003 a Igreja abriu o processo de beatificação da família.
O monumento em Markowa
Em Markova foi construído um monumento em memória da família Ulma e de todos os poloneses que sacrificaram a vida para salvar os judeus. No monumento foi gravada a escrita: “Possa seu sacrifício ser um apelo ao respeito e ao amor a todos. Eram filhos desta terra e permanecem nos nossos corações”.
Fonte: Vatican News.