Um monge sentou-se a meditar na margem dum ribeiro. Quando abriu os olhos, viu um escorpião que tinha caído na água e lutava por sobreviver.
Cheio de compaixão, o monge mergulhou a mão na água, agarrou o escorpião e pô-lo a salvo na margem.
O inseto, como recompensa, de repente picou-o provocando-lhe uma grande dor.
O monge, restabelecido da valente picadela, fechou os olhos e continuou a sua meditação.
Porém, quando abriu os olhos, viu que o escorpião tinha caído de novo à água do ribeiro e debatia-se com todas as forças. Encheu-se de compaixão e, pela segunda vez, o salvou. E desta vez o escorpião voltou a picar no seu salvador.
A mesma coisa aconteceu pela terceira vez. O escorpião foi salvo e, como recompensa, deu uma valente picadela no monge. Este tinha lágrimas nos olhos pela dor causada.
Um camponês, que tinha assistido à cena, aproximou-se do monge e perguntou-lhe:
— Por que é que insistes em ajudar essa miserável criatura que, em vez de te agradecer, só te faz mal?
O monge respondeu:
— Porque seguimos ambos a nossa natureza. O escorpião é feito para picar e eu sou feito para ser misericordioso.
A lição desta estória é muito simples: porque fomos criados à imagem de Deus que é misericordioso, temos como chamado viver também a mesma misericórdia uns com os outros, como aprendemos em Efésios 4,32: “Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo.”
Não se deixe destruir pela picada da maldade da vida ou de outras pessoas, mas reaja com a certeza de que você não está sozinho.
Deus rico em misericórdia está junto de você.
A maldade somente envenenará seus sentimentos quando você deixar ela entrar em seu coração.
Reaja com a misericórdia de Deus, e perdoe em seu coração.
Padre Alberto Gambarini