Oração Inicial
Peregrino e enfermo, volto a Vós, Deus meu, cansado de peregrinar fora de Vós, e agoniado pelo grave peso de meus males.
Tive visto; tive experimentado: fora de Vós não há abrigo, nem fartura, nem descanso, nem bem algum que sacie os desejos da alma que criaste.
Eis-me, pois, aqui, desnudo e faminto e miserável, oh!Deus de minha saúde!
Abri-me as desejadas portas de vossa casa; perdoai-me; recebei; sanai de todas minhas enfermidades; ungi-me com o óleo de vossa graça, e dai-me o prêmio de paz que prometestes ao pecador contrito e humilhado.
A quem, senão a Vós, chamarei, desde o profundo abismo de meus males.
Oh!Deus meu e misericórdia minha.
Como o cervo ferido deseja a corrente das águas, assim minha alma corre a Vós, sedenta de vosso amor, e deseja vosso rosto amabilíssimo.
Oh! Verdade! Oh! Beleza infinitamente amável de Deus! quão tarde vos amei!, quão tarde vos conheci! e quão infeliz foi o tempo em que não vos ame nem conheci!
Meus delitos me tem envilecido; minhas culpas me têm afetado; minhas iniqüidades têm sobrepujado, como as ondas do mar, por cima de minha cabeça.
Quem me dera, Deus meu, um amor infinito para amar-vos, e uma dor infinita para arrepender-me do tempo em que não vos ame como devia!
Mas, em fim, vos amo e vos conheço, Bem sumo e Verdade suma, e com a luz que Vós me dais me conheço e me aborreço, pois eu tenho sido o principio e a causa de todos os meus males.
Que eu Vós conheça, Deus meu, de modo que vos ame e não vos perda!
Conheças a mim, de sorte que consiga arrepender-me e não me busque em coisa alguma minha felicidade a não ser em Vós, Senhor meu!
Ame-Vos eu, meu Deus, e suma Riqueza de minha alma, de modo que mereça possuir-Vos! E aborreça-me a mim de modo tal que me veja livre da grande miséria de mim mesmo!
Morra eu a mim, que sou causa de minha morte, para não morrer com morte sempiterna! E viva eu para Vós, Deus meu e Vida minha, de modo que Vós sejas minha verdadeira vida e minha Saúde perfeita para sempre! Amém.
Sétimo Dia:
Humildade
Gloriosíssimo pai Santo Agostinho, que, e rodeado dos esplendores da dignidade altíssima de que vos haveis investido na Igreja de Deus, não vos esquecias de olhar ao abismo da humana fragilidade e miséria, e, embriagado do vinho generoso da compunção pelos passados extravios de vossa juventude, vos confessastes a perante o mundo para vossa humilhação e justíssima glória e glorificação da graça e das grandes misericórdias do Senhor: alcançai-nos do Deus justíssimo e misericordiosíssimo, que abate até o inferno aos soberbos e exalta até sua glória aos humildes, a graça de adorar com reverencia seus tremendos juízos, reconhecendo com verdadeira luz nossos pecados, e confessando com amor suas divinas misericórdias, para que, livres da confusão e ignomínia dos soberbos. mereçamos, um dia, ser exaltados como os humildes, entre os verdadeiros filhos de Deus, pelos séculos dos séculos. Amém.
Meditemos uns instantes e peçamos a graça que desejamos conseguir nesta Novena.
Três Pai-Nossos, Ave-Maria e Glórias a Santíssima Trindade, em memória da devoção com que venerou este Mistério grande padre e Doutor da Igreja Santo Agostinho.
Oração final:
Gloriosíssimo Pai Santo Agostinho Doutor sapientíssimo da graça, Custodio fidelíssimo da fé, Patriarca felicíssimo da grande família agostiniana e de tantas famílias religiosas que abraçaram vossa apostólica Regra, como amplíssimo caminho de perfeição e santidade!
Recordai-vos, na abundância de vossa glória e nas eternas alegrias da pátria, dos que todavia gememos na tribulação e no desterro; não vos esqueçais em vosso coração, cheio já dos deleites de Deus, dos Filhos, dos amigos, dos pecadores, que vos chamam e buscam como a um pai, como a amigo. Como um poderoso mediador ante o Deus das misericórdias e das justiças sempiternas. Volte a tratar com santidade para com o ímpio, da justiça com o injusto, da ordem e da paz com os que imperam e governam, do salário da eternidade com os obreiros do tempo, do gozo e da posse do sumo bem com todos os filhos da dor e do trabalho. Volte a cair sobre a terra o rocio de vossa palavra! Voltem a florescer as santidades nos claustros vossos monges e de vossas virgens! Volte, como em dias de triunfo, a respirar com alegria a militante Igreja sob a sombra de vosso báculo! Pai e Pastor amantíssimo, que não querias vossa salvação senão salvando a vosso povo: não vos esqueçais agora, que estais no lugar seguro, de nós que nos achamos todavia em meio da batalha e do perigo; cobri-nos a todos sob as alas de vossa caridade e vosso zelo; guardai-nos a todos no redil do Divino Pastor, Cristo; conduzi-nos pela senda feliz de sua Lei, e levai-nos convosco aos eternos passos de sua glória, onde juntamente convosco nos vejamos na inefável companhia do Pai e do Espírito Santo, e Ele seja nosso Deus, e nós sejamos seu povo pelos séculos dos séculos. Amém.