Por Octavio Messias
“Nada é permanente exceto a mudança”, escreveu o grego Hieráclito de Éfeso, um dos principais pensadores da antiguidade clássica pré-socrática.
Ou seja, a única coisa que não muda é o fato de que tudo muda. Mesmo se você não fizer nada.
O sol irá bater, a chuva vai molhar, as folhas das árvores irão cair e novas plantas hão de brotar.
Você mesmo vai mudar. Seu cabelo e/ou sua barba vai (ão) crescer (ou cair, dependendo da predisposição para a calvície, como no meu caso), você vai emagrecer ou engordar, suas células irão se regenerar.
Até mesmo a sua visão de mundo poderá ser outra. Isso por quê? Porque você aprendeu com a experiência.
Não nascemos com manual de instruções, com sorte absorvemos nossos valores na infância, por meio da formação, e seguimos pela vida aprendendo com nossos erros, mesmo quando temos a intenção de acertar.
Sempre que me questiono sobre o sentido da vida, essa me parece a justificativa mais palpável: o aprendizado. Acredito que estejamos aqui para aprender. Além da certeza de que tudo muda.
Por exemplo, o ciclo de regeneração celular da pele leva quarenta dias para ser completado. Ou seja, se eu apertar a sua mão hoje, e voltar a apertá-la em um mês e meio, tecnicamente, não estarei tocando a mesma mão.
E o que é a mudança senão uma prova na qual ou você se adapta com sabedoria, ou aprende no processo de tentar se reerguer.
Tomo como exemplo, agora, meu filhote de border collie chamado Dylan. Logo que o adotei, há quase dois anos, o cachorrinho tinha zero experiência, logo, zero conhecimento. Caía do sofá, desabava da escada, topava com a porta de vidro.
Tudo isso sem nenhum trauma físico, já que o filhote, no auge da constituição celular, muscular e das cartilagens, quicava feito uma bola de borracha.
Agora, dia após dia observo-o aprender com os erros, aprender com a mudança, o que lhe será de grande serventia quando seu corpo não absorver tão bem os impactos da vida.
Quanto mais conhecimento temos, mas está em jogo diante das mudanças que nos acometem. Quanto mais o tempo passa, menos margem existe para errar.
Logo, acredito que temer o novo seja um equívoco, pois nada mais certo há do que a mudança. Ao menos enquanto houver vida.
E se agora à humanidade é colocada uma prova como essa pandemia que acarreta em tantas transformações sociais, econômicas e, por que não, pessoais, nada mais cabe senão remar no sentido da correnteza, repensar os erros e aprender com a mudança.
E tal aprendizado é o melhor que temos a levar desta experiência.
Fonte: Aleteia