A Comissão Justiça e Paz da França escreveu em seu boletim de março que “as armas nucleares representam uma grave ameaça para o mundo”. No documento, a entidade ligada à Conferência Episcopal reafirma que os armamentos nucleares “não representam a segurança nacional” e lança um alarme para o risco de proliferação.
Por isso, o órgão pede iniciativas mais ambiciosas no setor, em perspectiva da próxima Conferência Internacional sobre o Tratado de não-proliferação, que acontecerá entre abril e maio.
Compromisso por um mundo não atômico
A Comissão Justiça e Paz quer “diálogo com a Rússia sobre o tema e a redução do arsenal francês, visto que o país não sofre ameaças como na época da guerra fria”.
A Comissão sublinha “a importância de aperfeiçoar técnicas de controle do desarmamento e conhecer o impacto humanitário destas armas”.
Acordo com Irã para garantir fins pacíficos
Sobre a questão nuclear iraniana, o órgão da Igreja francesa espera que haja um acordo entre o Irã e a ONU para um programa nuclear com finalidades exclusivamente pacíficas, pois desta forma, “se reforçaria a legitimidade do regime de não-proliferação”.
A França possui o terceiro maior arsenal nuclear do mundo. Depois de uma análise de defesa ordenada pelo ex-presidente, Jacques Chirac, o país desmantelou suas armas nucleares terrestres em 1996 e reduziu seu número total de mecanismos de lançamentos em 50%.
Há estimativa de 300 ogivas e 290 operacionais. Destas, cerca de 240 são armas atribuídas aos submarinos nucleares, enquanto as outras 50 estão prontas para ser implantadas em aeronaves e 10 estão em manutenção ou aguardando desmantelamento.
Fonte: Rádio Vaticano