O bispo de Roma faz visita pastoral à quinta paróquia da cidade desde que foi eleito
O Santo Padre continua realizando as suas visitas pastorais às paróquias de Roma. Neste domingo, 16, a escolhida foi a paróquia de Santa Maria da Oração, uma das mais periféricas da diocese, na região de Seteville Nord-Marco Simone.
O pontífice chegou à paróquia de Santa Maria da Oração depois das quatro horas da tarde. Depois do primeiro encontro, que foi com os doentes e com os portadores de deficiências, ele saudou as crianças e adolescentes da primeira comunhão e da confirmação e as comunidades neocatecumenais. O papa também ouviu a confissão de algumas pessoas e depois presidiu a missa.
Durante a homilia, Francisco disse que, na oração do início da missa, pedimos duas graças a nosso Senhor: escutar o seu Filho amado para que a nossa fé seja nutrida da Palavra de Deus e purificar os olhos do nosso espírito para desfrutar, um dia, da visão da glória eterna.
“Isto se relaciona com o Evangelho que escutamos hoje”, prosseguiu o papa, “quando nosso Senhor se transfigura e os discípulos que o acompanham escutam a voz do Pai”.
O Santo Padre afirmou que a primeira tarefa de um cristão é “nutrir a fé com a Palavra de Deus”, porque “Jesus nos fala e nos salva com a sua Palavra”. Ele recordou ainda que Jesus “torna a nossa fé mais forte com essa Palavra”.
Francisco observou que escutamos muitas coisas durante cada jornada e perguntou: “Dedicamos algum tempo, no dia-a-dia, para escutar Jesus, a sua Palavra? Temos um Evangelho em casa? Lemos todos os dias? Ou temos medo? Não estamos acostumados?”. O papa reafirmou então que a Palavra de Jesus é “o alimento mais forte para a alma”.
A este propósito, ele nos sugeriu dedicar alguns minutos todos os dias para ler uma passagem do Evangelho e “escutar o que acontece ali, escutar Jesus”. E, assim como tinha feito de manhã no ângelus da Praça de São Pedro, nos convidou a “ter sempre conosco um pequeno Evangelho e ir lendo algumas palavrinhas quando temos tempo durante o dia”.
A segunda graça de que o papa falou é a “purificação dos olhos do nosso espírito, a fim de prepararmos os olhos do nosso espírito para a vida eterna”. Com a transfiguração, disse ele, Jesus “nos convida a olhá-lo, e isto nos purifica”. Francisco observou que “talvez os nossos olhos estejam doentes; vemos tantas coisas que não são de Jesus ou que são contra Jesus (…) Sem saber, acabamos na escuridão da fé”.
Para encerrar, o papa recordou as duas ideias: olhar e escutar Jesus, para seguir em frente no caminho da esperança.
Uma das características do bairro visitado pelo papa neste domingo é a juventude, já que muitos casais decidem viver nos subúrbios de Roma porque os preços são mais baixos, embora continuem trabalhando no centro da capital da Itália. É um bairro, no entanto, em que faltam serviços como escolas e espaços recreativos para as crianças. O pároco, pe. Francesco Bagalà, declarou ao diário vaticano L’Osservatore Romano que, quando soube da visita do papa, pensou: “Por que ele vem aqui?”. E do seu interior surgiu uma resposta: “Ele vem porque nosso Senhor nos ama. Porque quem se deixa salvar por Jesus é libertado do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento”. E todas essas realidades são experimentadas pelas jovens famílias da paróquia. “Tentamos dar ajudas concretas, porque queremos nos comprometer como Igreja que vai ao encontro das pessoas”, explica o pe. Bagalà, que acompanha a comunidade desde 1999, quando a paróquia só contava com instalações provisórias. Agora, explica ele, a paróquia celebra mais de cem batizados por ano e dá catequese a 450 crianças e adolescentes que se preparam para a primeira comunhão e para a confirmação. Eles organizam também o oratório dominical e acampamentos de férias, assim como o grupo de pós-confirmação, que acolhe cerca de 60 adolescentes entre 12 e 18 anos.
Esses jovens, explica o pároco, prepararam o cartaz do “Bom Pastor” que foi colocado na entrada da paróquia para dar as boas-vindas ao bispo de Roma. A ideia veio de uma imagem que já deu a volta ao mundo: o papa Francisco com uma ovelha aos ombros, quando visitou o presépio vivo da paróquia romana de Santo Afonso Maria de Ligório.
Esta foi a quinta visita do papa Francisco a uma paróquia romana, começando, conforme seu desejo, pelas periferias. No dia 26 de maio de 2013, o Santo Padre visitou a paróquia de Santa Isabel e São Zacarias; em 1º de dezembro, foi a São Cirilo de Alexandria; em 6 de janeiro, à paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório e em 19 de janeiro à do Sagrado Coração, perto da estação Términi, que geograficamente fica na área central da cidade, mas é existencialmente periférica devido ao número de imigrantes e pessoas sem teto que vivem na região. A última paróquia visitada pelo papa, em 16 de fevereiro, tinha sido a de São Tomé Apóstolo, no bairro conhecido como “Infernetto” [Inferninho], região sul de Roma, quase na divisa com a cidade marítima de Ostia. É um bairro periférico surgido nos anos 1950.
Fonte: Zenit