Na manhã desta quinta-feira (9), no Vaticano, o Papa Francisco recebeu os participantes da Plenária da Congregação para a Educação Católica, que estavam acompanhados pelo prefeito, Card. Giuseppe Versaldi. O Pontífice abordou os desafios enfrentados para “humanizar a educação”, como “o individualismo invasivo que rende humanamente pobres e culturalmente improdutivos”.
O horizonte é aquele da evangelização, onde colhemos esperanças para oferecer uma contribuição válida à missão da Igreja. A Plenária, como bem observou o Papa Francisco, é uma ocasião “para traçar as orientações dos futuros compromissos”, a partir do documento conciliar Gravissimum Educationis – a declaração sobre alguns princípios fundamentais da educação cristã nas escolas, que deverá ser relançada pela fundação de mesmo nome.
Todos os educadores são chamados a “ajudar os jovens a serem construtores de um mundo mais solidário e pacífico”. “As instituições católicas têm ainda mais a missão de oferecer horizontes abertos à transcendência”, disse o Pontífice.
O Papa indicou ainda uma outra expectativa, aquela de crescer “a cultura do diálogo” dentro de um mundo que, citando o filósofo canadense Marshall MacLuhan, transformou-se numa “aldeia global”, onde “cada pessoa pertence à humanidade e compartilha a esperança de um futuro melhor com a família inteira dos povos”.
“Ao mesmo tempo, infelizmente, há muitas formas de violência, pobreza, exploração, discriminação, posturas que limitam as liberdades fundamentais que criam uma cultura do descarte”.
As instituições católicas de educação estão sendo chamadas, então, “em primeira linha, a praticar a gramática do diálogo que forma ao encontro e à valorização das diversidades culturais e religiosas”.
“O diálogo, de fato, educa quando a pessoa se relaciona com respeito, estima, sinceridade de escuta e se expressa com autenticidade, sem ofuscar ou diminuir a própria identidade nutrida pela inspiração evangélica”.
As novas gerações se “educadas cristianamente ao diálogo, saberão “construir pontes” e “encontrar novas respostas aos muitos desafios do nosso tempo”. A última expectativa evidenciada é aquela de que a educação saiba “semear a esperança”.
“Tenho certeza que os jovens de hoje têm muita necessidade dessa vida que constrói futuro. Por isso, o verdadeiro educador é como um padre e uma mãe que transmite uma vida capaz de futuro. Para ter essa atitude é preciso escutar os jovens: o ‘trabalho da escuta”, propor-se a escutar os jovens!’”.
“E faremos isso no próximo Sínodo dos Bispos dedicado a eles”, acrescentou o Papa. A educação, junto com a esperança, tem em comum a mesma “matéria do risco”, finalizou Francisco.
“A esperança não é um otimismo superficial, nem mesmo a capacidade de olhar as coisas amavelmente, mas, principalmente, saber arriscar no modo certo, como acontece com a própria educação”.
Fonte: Rádio Vaticano