“Onde não há amor, põe amor e colherás amor!” (São João da Cruz)
São Paulo nos afirma e ensina o que é o amor: “O amor é paciente, é benfazejo, não é invejoso nem se incha de orgulho, não faz nada de vergonha, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, espera tudo e suporta tudo” (I Cor 13,4-7).
Foi, então, que, ao me deparar com essa verdade, questionei-me: “De que forma tenho vivido o dom mais precioso, que é o amor?” E você, de que forma tem vivido esse dom?
Muitas vezes, somos acometidos por situações tão desagradáveis, que, se pudéssemos, apenas optaríamos por não vivê-las, por não passar por tais situações e as excluiríamos da nossa vida, e assim também aqueles que nelas estão envolvidos. Isso é fruto da nossa natureza, miserável e egoísta, que tende a buscar somente o que lhe agrada, somente o que lhe é conveniente. No entanto, quando nos encontramos em tais situações, precisamos mergulhar no que nos ensina São João da Cruz: “Injetar amor!”.
Precisamos injetar amor
Uma presença de amor é capaz de realizar milagres! Quando impregnados desse amor puro, somos capazes de dar uma resposta diferente, de sair de nós mesmos em busca do Bem Maior; e assim, somos a presença de amor para aqueles que estão envolvidos em certas situações. Agindo dessa forma, estamos semeando para mais tarde viver o tempo da colheita.
É preciso injetar amor em situações em que não existe amor. Para isso, necessário nos será sair da nossa conveniência e darmos o primeiro passo. Precisamos de decisão. Amar é uma decisão!
É preciso decidir-se por amar, mesmo que tudo nos leve a acreditar que não vale a pena nos decidirmos pelo amor. Há situações em que nossa humanidade nos pede a indiferença, o desprezo; e é nessa hora que precisamos recorrer às Sagradas Escrituras e decidir pela verdade do amor, que não busca seu próprio interesse, não leva em conta o mal sofrido; tudo crê, tudo desculpa e suporta.
Quanto mais injetarmos indiferença, desprezo e frieza no mundo, tanto mais as colheremos. Quando desprezados e tratados com indiferença, temos a linda oportunidade de nos unirmos à cruz. E que linda experiência fazemos!
Nessa hora, o Senhor nos permite mergulhar na Paixão, naquele momento em que Ele foi desprezado, humilhado, tratado com indiferença e frieza; e quanto mais era assim tratado, mais injetava amor na humanidade. Um amor capaz de dar-se por inteiro, capaz de dar-se a si próprio e, por tamanho amor, perdoar e ressuscitar.
Amor é doação, é fazer o bem sem olhar a quem, sem esperar nada em troca. Amor é ressurreição! É preciso decidir-se pelo bem maior: o Amor.
Deixo para você o convite de decidir-se pelo amor e, por essa decisão, experimentar, em cada situação, a graça da ressurreição. Como São João da Cruz nos afirma: colher amor!
Boa colheita.
Com orações,
Ângela M. Chineze – Escola de Evang. Santo André
Fonte: Canção Nova.