O Papa Francisco nomeou nesta quarta-feira, 17 de julho, um pároco para o episcopado da diocese do Porto.
- Vitorino Soares respirou fundo quando soube que o Papa Francisco o tinha nomeado para bispo auxiliar do Porto. A sua “primeira reação foi de perplexidade” – assinala em entrevista ao jornal diocesano Voz Portucalense. “Pensei se aquilo que estava a ouvir era verdade, e a primeira reação era, sinceramente, dizer que não” – afirma.
Servir a diocese
Passado este momento de surpresa, o pároco de castelões de Cepeda e Madalena, em Paredes, fez do momento fisiológico da respiração uma oportunidade para pensar e aceitar “este dom que o Papa Francisco nos faz a todos nós” – explica D. Vitorino Soares – porque, nas suas palavras, este não é uma nomeação para si, mas para servir a diocese.
Esta nomeação é “um desafio” – diz o novo bispo salientando que “ao aceitar também quis ver nesta escolha como é que o Papa foi buscar um pároco. Um simples pároco, um pobre pároco. ”
Para D. Vitorino Soares esta opção do Santo Padre por si necessita de uma leitura, na qual inclui todos os párocos que de forma dedicada e silenciosa servem a diocese do Porto:
“Se o Papa quer um pároco eu quero ter presente nesta aceitação todos os párocos da diocese do Porto que de forma dedicada e silenciosa vão levando para diante a nossa diocese” – declara D. Vitorino Soares. “Sintam que este dom não é meu e que também é deles”.
No meio, atrás e à frente com o povo
“Sempre dei o que tinha à Igreja e quero continuar a dar” – afirma o novo bispo que pede a ajuda de Deus, reconhece as suas limitações, mas diz estar “disponível” para servir. D. Vitorino Soares sublinha querer seguir a proposta pastoral do Papa de estar no meio, atrás e à frente com o seu povo:
“Um bispo naquela proposta que o Papa Francisco faz: um bispo que, muitas vezes, vai à frente do povo para abrir caminho e apontar uma estrada, manter a esperança. Mas também que se mete no meio do povo com a sua simplicidade e a sua misericórdia e que outra tantas vezes vai atrás com os mais atrasados” – afirma.
“Conto com a amizade e a colaboração de todos” – salienta o novo bispo auxiliar do Porto que dirige uma palavra comovida aos paroquianos a quem serve há tantos anos: “Já tenho saudades das minhas crianças, dos jovens, dos velhinhos, dos doentes, das famílias”. D. Vitorino espera voltar a reencontrar todas essas pessoas como bispo e, assim, “continuar a servir” a diocese, agora como bispo.
Povo ensina a ser pastor
Dos seus tempos de pároco retira uma lição: “O povo de Deus como rebanho ensinou-me a ser pastor. Tenho aprendido com eles em particular nas paróquias onde tenho servido nos últimos anos. (…) ajudam-me a descobrir aquilo que eu tenho que ser para eles. ”
“Espero não mudar muito e continuar a ser o padre que era” – diz D. Vitorino Soares afirmando a sua disponibilidade para “tratar de um rebanho maior em colaboração com D. Manuel Linda, como pastor da diocese do Porto”.
“Colaborei como pároco e colaborarei agora como bispo” – sublinha o novo bispo auxiliar do Porto.
O percurso do novo bispo auxiliar do Porto
- Vitorino José Pereira Soares, nasceu a 19 de outubro de 1960 em Luzim, Penafiel, filho de José Soares da Silva e Joaquina da Conceição Pereira. É o mais velho de cinco irmãos, um dos quais é também sacerdote da diocese do Porto, o padre Avelino Jorge Pereira Soares, pároco de Rio Tinto e Vigário da Vara de Gondomar.
Foi ordenado sacerdote no dia 14 de julho de 1985, tendo estudado Teologia entre 1979 e 1984. Foi Prefeito do Seminário Menor do Bom Pastor entre 1984 e 1987 e Capelão Militar entre 1987 e 1989. De 1989 e 1994 foi formador de seminaristas como Prefeito do Seminário Maior do Porto. Durante dez anos (1989 e 1999) foi Diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral da Juventude.
Foi Professor de Religião e Moral da Escola 1º ciclo de Castelões de Cepeda entre 1996 e 2014. Foi assistente espiritual do Conselho de Zona Penafiel Norte das Conferências Vicentinas entre 1996 e 2013.
Fonte: Vatican News