Há exatamente um ano, em 12 de dezembro de 2012, foi publicado o primeiro tweet oficial de um Papa, na época, Bento XVI. Ao longo de um ano, foram 214 postagens na conta @pontifex, que traz as mensagens do Santo Padre em inglês.
A presença do Papa no microblog colocou em evidência o compromisso da Igreja de anunciar o Evangelho também nas redes sociais, tendo em vista o grande alcance que estas possuem atualmente. A conta do Papa, disponível em nove línguas, aproxima-se de 11 milhões de seguidores no mundo inteiro.
A Rádio Vaticano entrevistou o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, o qual traçou um balanço deste primeiro ano do Papa no Twitter. Dom Celli recorda que, quando o Papa Bento XVI lançou o primeiro tweet, ele tinha plena consciência da importância daquele momento.
“Confesso que, naquele dia, eu disse ao Pontífice: ‘Santo Padre, no momento em que lançava seu primeiro tweet, pensei naquilo que fez o seu predecessor Pio XI, quando, pela primeira vez, lançava sua mensagem na Rádio Vaticano’. O Papa olhou para mim sorrindo e disse: ‘Sabe que também eu pensei nisso?’.”
Para Dom Celli, a Palavra de Deus deve ressoar também nesse “continente”, porque muitos de seus “habitantes” não encontrariam esta Palavra em outros lugares. “Devemos assumir uma dimensão missionária que não é proselitismo. Devemos fazer de modo que esta Palavra ressoe no contexto do ‘continente digital’. Faço meu um pensamento de Bento XVI, quando falava sobre as redes sociais. O Papa dizia que o problema não é fazer citações formais do Evangelho, mas, na rede, neste ambiente, avaliações e testemunhos pessoais devem estar presentes. Quase diria que os discípulos do Senhor deveriam inserir, neste contexto, aquilo que é a síntese entre a sua fé e a sua vida.”
Ao citar a Exortação apostólica Evangelii gaudium, Dom Celli destaca que o desafio na atualidade é anunciar o Evangelho com uma linguagem que os homens e as mulheres possam compreender. “Na Exortação apostólica, o Papa Francisco dedica muitas páginas e reflexões ao tema da linguagem, porque o grande risco é que a própria mensagem possa ser distorcida. O Papa diz que podemos anunciar um ‘Deus falso’, com todas s boas intenções que podemos ter no coração. Por vezes, o risco é que a linguagem mude a mensagem. Então, eis aí a necessidade de poder utilizar uma linguagem que os homens de hoje possam entender.”
Fonte: CN Notícias