Na introdução ao YouCat, o Catecismo que foi preparado para os jovens da Jornada Mundial da Juventude de Madri, e que foi assumido como Catecismo da JMJ 2013, o Papa Bento XVI observou: “Tendes de conhecer vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo, com força e determinação”. “Quem se aproximou dele e experimentou o seu amor, quer logo partilhar a beleza desse encontro e a alegria que nasce dessa amizade. Quanto mais conhecemos a Cristo, tanto mais queremos anunciá-lo. Quanto mais falamos com ele, tanto mais queremos falar dele. Quanto mais somos conquistados por ele, tanto mais desejamos levar outras pessoas para ele” (Bento XVI, Mensagem para a JMJ 2013).
É o próprio Senhor Jesus quem convida cada discípulo a ser realmente fiel, a fazer valer a sua santíssima fé, que saia da tradição fria à prática quente da doutrina cristã, mas seja realmente um ato de convicção, baseado na experiência autêntica com o Cristo ressuscitado. Nada é mais importante do que uma vida toda para Cristo. Todo bem, toda felicidade e certeza de vida eterna só na graça e na fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Sem Cristo a vida é um pesadelo, não tem sentido e o futuro não tem futuro e tudo mais é sem nada.
Como conhecer bem a Deus
Você conhece tão bem a Deus que consegue saber os motivos pelos quais Ele toma as Suas decisões? É óbvio que ninguém conhece o Senhor assim tão bem, mas uma boa maneira de virmos a conhecê-Lo é nos tornarmos, verdadeiramente, servos fiéis de Jesus, Seu Filho. Nesta situação, ainda nem tudo nos será dado a conhecer sobre Ele, mas é o primeiro passo para que venhamos a ser considerados “amigos” (Jo 15,15) de Jesus. Aí, sim, Jesus nos dará a conhecer tudo o que Ele ouviu do Pai (Jo, 10, 30; 15,15).
Conhecer bem a Deus, portanto, só é possível pela graça de Jesus e, para que a recebamos, nós podemos realizar os atos propostos a seguir.
1) Orar junto com outras pessoas que também são amigos de Jesus e, assim, através deles, conhecer melhor o Corpo de Cristo (A Igreja) e o próprio Pai Celestial.
2) Buscar a nossa reconciliação com Jesus, confessando os nossos pecados com frequência, para remover de nossas vidas tudo aquilo que interfere em nossa amizade e em nossa comunicação com Ele e com o Pai Eterno.
3) Ler, estudar e meditar diariamente sobre as Escrituras Sagradas, principalmente as leituras diárias da Missa, cuja sequência nos permite conhecer bem a palavra de Deus.
4) Levar uma vida de simplicidade, retirando dela tudo o que é mundano e que nos afasta do Senhor. Como exemplo, devemos nos desfazer de tudo o que não nos servi de sinal como filhos de Deus e ajudar os necessitados. O amor é a identidade do cristão.
Um grande amigo está esperando por nós. Ele é Jesus! Procure conhecê-Lo melhor, para conhecer bem a Deus!
“A vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste Jesus Cristo” (Jo 17,3). A suprema sabedoria do ser humano é conhecer Cristo para viver eternamente com Deus.
Falando como Jesus de Deus
“Tendo proferido estas palavras, muitos creram n’Ele” (Jo 8,30).
Mais do que qualquer outra coisa no mundo, nós, cristãos, queremos que as pessoas conheçam e acreditem em Jesus. Por isso, é importante para nós entendermos o que Jesus falou de tão significativo, que levou as pessoas a crerem n’Ele (Jo 8,30). Mas, o que falou Jesus? vejamos:
1) Jesus confirmou que era Deus, quando se referiu a Si mesmo como “EU SOU” (Jo 8,24. 28. 58; Jo 10,30), ou seja, o nome judaico para Deus.
2) Jesus falou de Deus Pai, e falou de Sua unidade com Ele (Jo 8,27-29).
3) Jesus falou incisivamente que as pessoas iriam morrer em seus pecados, se não acreditassem em Sua divindade (Jo 8,21. 24).
4) Jesus afirmou ter “muitas coisas que dizer e julgar” (Jo 8,26) sobre as pessoas, mas não condenou nenhuma delas (Jo 8,26).
Como vemos, Jesus falou sobre Deus, o Pai, sobre Sua própria divindade, e sobre a nossa tendência pecaminosa. Tudo num tom firme, mas com amor. E isso foi o suficiente para que as pessoas passassem a crer n’Ele (Jo 8,30).
Portanto, se falarmos sobre Deus Pai, sobre a divindade de Jesus, e sobre os pecados do mundo, mas não condenarmos os pecadores, deixando isso para Jesus fazer, quando Ele voltar pela segunda e última vez, estaremos nos aproximando muito do comportamento de Jesus. Jesus, perfeitamente obediente, não falou por si mesmo, mas falou o que o Pai Lhe prescreveu (Jo 12, 49-50). Da mesma forma cabe-nos agir da mesma forma!
Nosso testemunho, nosso amor, nossa jornada na paz e na justiça fala também de Deus e revela o Seu conhecimento para o nosso semelhante.
Viver e proclamar o Santo Evangelho de Jesus Cristo é falar do Reino de Deus É A NOSSA SANTA MISSÃO!
Pe. Inácio José do Vale
Professor de História da Igreja