O secretário de Estado do Vaticano já está de volta a Roma depois da viagem de 11 dias à África. O Cardeal Pietro Parolin esteve em Madagascar, por ocasião dos 50 anos de relações diplomáticas do país com a Santa Sé, e na República do Congo, principalmente para a assinatura do Acordo-quadro que garante à Igreja a possibilidade de desenvolver a própria missão no país. O documento foi firmado na sexta-feira (3) na capital, Brazzaville, com a presença do presidente congolês, Denis Sassou N’Guesso.
Na cerimônia oficial da assinatura entre o Card. Parolin e o premiê Clément Mouamba, com transmissão ao vivo pela televisão nacional, também estavam presentes o Núncio Apostólico, todos os bispos do país, ministros de Estado e outras autoridades da presidência da República.
O Acordo-quadro, constituído de um preâmbulo e 18 artigos, reconhece a personalidade jurídica da Igreja e das suas instituições. As duas partes se empenham a colaborar para o bem-estar moral, espiritual e material da pessoa humana e para a promoção do bem comum.
Assinatura do Acordo-quadro é “de importância histórica”
Na ocasião, o Card. Parolin levou a saudação do Papa Francisco “a todo o povo amado” da República do Congo, sublinhando que a assinatura do acordo “constitui uma nova etapa, de importância histórica”, que acontece no aniversário de 40 anos de relações diplomáticas entre a Santa Sé e o país.
O purpurado citou São João Paulo II em visita ao Congo em maio de 1980 quando disse: “o Estado pode contar com a colaboração leal da Igreja, uma vez que se trata de servir o homem e de contribuir com o seu progresso integral. E a Igreja, em nome da sua missão espiritual, pede a liberdade de se dirigir às consciências assim como a possibilidade para os crentes no professar, alimentar e anunciar publicamente a sua fé… A liberdade religiosa encontra-se, de fato, no respeito a todas as liberdades e a todos os direitos inalienáveis da pessoa” (Viagem Apostólica na África, Discurso de João Paulo II ao presidente da República do Congo e à nação, Brazzaville, 5/3/1980).
O Card. Parolin sublinhou que, com esse acordo, “a Igreja Católica não procura, de nenhuma forma, obter privilégios através de outras confissões”. Trata-se, ao contrário, “de reforçar não somente a compreensão recíproca, mas também a colaboração entre as comunidades religiosas”, constituindo, também, “um bem em favor de todas as instâncias religiosas, católicas e não-católicas”. O purpurado espera que o documento ainda possa ajudar a manter “a convivência pacífica, além do desenvolvimento integral do país”.
Durante a audiência privada ainda foram abordados assuntos de política internacional, com referência à situação na Líbia e nas Repúblicas Centro-Africana e do Congo. Por sua vez, o presidente do Congo elogiou as atividades do Papa e da Santa Sé por aquilo que fazem para promover a paz e pediu, oficialmente, que o Pontífice visite o Congo na sua próxima viagem à África.
Visita ao instituto das Irmãs Mínimas dos Pobres
Ainda na sexta-feira, o Card. Parolin visitou a casa administrada pelas Irmãs Mínimas dos Pobres que acolhe 70 idosos, entre eles, dois sacerdotes gravemente doentes. O purpurado, na sua breve saudação e agradecimento às irmãs pelo preciosos ministério de amor, lembrou as palavras do Papa Francisco ao dizer que os idosos são como as raízes de uma árvore, se excluídos da sociedade, ela morre.
No sábado (4), último dia do secretário de Estado no Congo, ao concluir a sua visita à África, cerca de três mil fiéis participaram da celebração na Basílica de Sant’Anna. A homilia do Cardeal Pietro Parolin foi interrompida várias vezes pelos aplausos dos fiéis, sobretudo quando fazia referência à justiça e à paz. A TV nacional também transmitiu a missa ao vivo.
Fonte: Rádio Vaticano