Desde 1964, a CNBB contempla e reflete a realidade brasileira que estamos vivendo com a realização da Campanha da Fraternidade. Neste ano, com o tema “Fraternidade e Superação da Violência” e o lema “Vós sois todos irmãos”, os cristãos e o nosso povo brasileiro é chamado a participar desta campanha.
Com esta temática, somos interpelados e convocados a viver a prática de Jesus no exercício da escuta da palavra de Deus, diálogo, anúncio e denúncia da violência na dimensão pessoal e social.
O texto base da Campanha da Fraternidade utiliza a metodologia do ver, julgar e agir para refletir as realidades pontuais da nossa história brasileira, onde se configura uma violência expressiva nas periferias das grandes cidades e metrópoles.
Para a realidade do ver em nosso Brasil, constata-se uma cultura de morte crescente que atinge todos os seguimentos sociais. Nesta perspectiva, entre outras, o texto ressalta uma situação preocupante e pertinente da população carcerária; hoje “com mais de seiscentos e cinquenta mil presos vivendo em condições degradantes”.
Para julgar, a Palavra de Deus do antigo e novo testamento é apresentada para refletir, iluminar e julgar esta realidade brasileira com propriedade e clareza. “Os dois testamentos testemunham a mesma tensão entre violência e não violência e a busca da sua superação apresentando também o sofrimento das pessoas vítimas da violência, bem como pessoas que depois de vítimas tornam-se violentas na busca pela vingança, que precisa ser superada”.
A partir do agir, A Igreja, os seguimentos sociais e todo povo é chamado para ter atitudes, gestos concretos em nossa ação pastoral nos vários ambientes da nossa sociedade social e religiosa. “Nesta quaresma, somos desafiados a agir nas realidades rurais e urbanas, onde a convivência humana está sendo prejudicada pela violência”.
“Por esta razão, a CF deste ano, ao propor a superação da violência, indica a necessidade da paz, fruto da justiça que se consolida com a efetivação de políticas públicas que assegura a dignidade humana”. Com Maria, a Mãe missionária, somos convidados a viver a lógica do amor como único instrumento eficaz diante das ações violentas que se faz presente em nossa realidade histórica.
Fonte: A12.