Forte onda de frio na capital paulista possivelmente causou a morte de moradores de rua
A arquidiocese de São Paulo emitiu uma nota expressando tristeza pela morte de quatro moradores de rua em São Paulo, que nos últimos dias tem tido baixas temperaturas devido a uma forte onda de frio.
“Neste Ano Santo extraordinário da Misericórdia, que a Igreja Católica celebra, recomendamos a todas as paróquias, comunidades e instituições religiosas da Cidade a prática de obras concretas de misericórdia, como: acolher, alimentar, abrigar, aquecer, visitar, assistir, confortar os irmãos e irmãs que vivem nas ruas desta Metrópole”, pede a nota, assinada pelo Vigário para a População de Rua, padre Júlio Renato Lancelloti, e pelo arcebispo local, Cardeal Dom Odilo P. Scherer.
Confira, a seguir, a íntegra da nota:
Frio em São Paulo – morte de moradores de rua
A Arquidiocese de São Paulo expressa profunda tristeza e preocupação pelos quatro moradores de rua, que morreram nas noites da semana em que a cidade de São Paulo enfrentou uma forte onda de frio: João Carlos Rodrigues, de 55 anos, foi encontrado perto da estação Belém do metrô; Adilson Justino, na Avenida Paulista; outras duas pessoas ainda não identificadas, na área do bairro de Santana. Tudo leva a crer que a causa próxima da morte deles foi o frio.
Neste Ano Santo extraordinário da Misericórdia, que a Igreja Católica celebra, recomendamos a todas as paróquias, comunidades e instituições religiosas da Cidade a prática de obras concretas de misericórdia, como: acolher, alimentar, abrigar, aquecer, visitar, assistir, confortar os irmãos e irmãs que vivem nas ruas desta Metrópole. E que se multipliquem as iniciativas de solidariedade e o apoio às obras sociais dedicadas ao cuidado dos pobres.
Aos Poderes Públicos apelamos a que se realizem ações emergenciais de socorro aos moradores de rua durante os dias frios e se promovam políticas estáveis e permanentes para assegurar a dignidade dessas pessoas.
O “problema dos pobres” desafia toda a cidade de São Paulo a se mostrar acolhedora e sensível diante das necessidades do próximo. Mais do que seu patrimônio e riqueza material, vale cada ser humano, que nela habita e precisa ser acolhido e amparado. A maior riqueza da cidade são as pessoas sensíveis e solidárias diante dos sofrimentos do próximo. Elas humanizam a vida da cidade.
Lembremos sempre as palavras de Jesus: tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes (cf Mt 25,40). Isso mesmo também ensina a sabedoria popular: “o que se dá ao pobre, empresta-se a Deus”.
São Paulo, 12 de junho de 2016
Pe. Júlio Renato Lancelloti
Vigário para a População de Rua
Cardeal Dom Odilo P.Scherer
Arcebispo de São Paulo