Chama-se Misericordieae Vultus, assim como a Bula de convocação do Jubileu, a estampa oficial e celebrativa do Ano da Misericórdia. A obra – realizada segundo a uma antiga técnica por Pierluigi Isola e pelo mestre em gravuras Patrizio di Sciullo, em colaboração com a Biblioteca Apostólica Vaticana e o Governatorato – foi impressa em 200 cópias, com a intenção de ser presenteada aos Chefes de Estado e de Governo recebidos pelo Papa no Vaticano.
As “sete igrejas de Roma”, meta tradicional das peregrinação ao alto; as obras de misericórdia, coração deste Ano Santo, na parte inferior. Um duplo registro figurativo para uma inédita vista da Urbe. Uma obra realizada a partir dos desenhos de Pierluigi Isola, que explica o maior desafio na idealização da estampa:
“Certamente, procurar colocar juntos todos estes elementos, conferindo a eles uma imagem unitária e fazendo de modo que não fossem fragmentos dispostos de maneira arbitrária, mas que resultassem uma imagem coerente, mesmo contendo toda uma série de elementos que depois, também era bastante difícil colocar juntos: a ideia dos Sacramentos, das obras de misericórdia, das sete igrejas… Um elemento que evoca a Colunata de Bernini, dentro da qual são acolhidas figuras que representam peregrinos, um elemento que é a mesa preparada e um elemento que é a porta de uma prisão”.
Árvores e animais recordam a Encíclica Laudato Si, enquanto ao lado da Porta Santa de São Pedro, tendo ao alto o brasão do Papa Francisco, uma cena representa o lava-pés. Uma escolha particularmente significativa, afirma o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, que junto com o Cardeal Giuseppe Bertello, Presidente do Governatorato, e expoentes da Biblioteca Apostólica Vaticana, contribuiu para a realização da obra:
“Uma obra que eu gosto muito e que encorajei desde o início, quando me trouxeram o primeiro esboço, desenhado somente pela metade… Depois, nasceu a ideia, precisamente, das Obras de Misericórdia. O autor conseguiu fazer uma referência praticamente a todas elas. E depois tem esta ideia do lava-pés, que resume todas elas: a misericórdia de Deus em relação a nós, porque aquele que lava os pés é o Senhor, o que deve traduzir-se – de nossa parte – em obras de misericórdia, porque Ele disse: “Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros”.
A estampa Misericordiae Vultus se insere em uma tradição secular, pela qual aos peregrinos vindos a Roma para o Jubileu era entregue um mapa atualizado de Roma. Já no ano 2000 foi realizada com o mesmo métodos desta estampa, uma “Forma urbis Romae”, planta monumental da cidade, iniciativa replicada em 2007 com o mapa da Cidade do Vaticano. Mons. Jean-Louis Bruguès, Arquivista e Bibliotecário da Santa Romana Igreja:
“Procuramos representar em modo explícito o que é a misericórdia e antes de tudo, a misericórdia em Roma, portanto, a peregrinação. Aqui estão as Basílicas e em baixo as obras da misericórdia. Tudo aquilo que faz parte da tradição. Nós sempre ilustramos o Ano do Jubileu com um desenho particular”.
Fonte: Rádio Vaticano