Cidade do Vaticano (RV) – “Aquilo que herdaste de teus pais, conquista-o para fazê-lo teu“.
A frase do escritor alemão Johann Goethe, tirada da sua obra “Fausto”, é o tema do “XXXVIII Encontro para a amizade entre os povos”, tema que “convida a refletir sobre aspectos da existência que a cotidianidade frequentemente faz colocar entre parênteses”, lê-se na mensagem que o Papa Francisco enviou aos participantes do evento realizado na cidade de Rímini, organizado pela Comunhão e Libertação.
A herança dos pais não é um fardo inútil
Na sociedade de hoje – lê-se na mensagem assinada pelo Cardeal Parolin – “um dos limites é aquele de ter pouca memória” – “livrar-se como fardo inútil daquilo que nos precedeu”, com “consequências graves” para as novas gerações, que não podem crescer sem tomar decisões baseadas na história passada.
O mesmo pode acontecer também com os cristãos. “Sabemos – recorda o texto – que o amor de Cristo não conhece fronteiras” e que a partir da Criação as “marcas da presença de Deus ao longo da história são inúmeras”, mas “Deus não é uma recordação, é uma presença a ser acolhida sempre de novo”.
Alzheimer espiritual provoca medo e insegurança
Neste sentido, o Papa Francisco alerta os batizados para uma doença que chama de “Alzheimer espiritual”, cujo sintoma é “esquecer a história de nossa relação pessoal com Deus, aquele primeiro amor que nos conquistou até nos fazer seus”.
“Se nos tornamos esquecidos – recorda o Papa – não somos mais seguros de nada”, “somos assaltados pelo medo” e “nos tornamos presa dos caprichos, escravos dos ‘falsos infinitos’ que prometem a lua, mas nos deixam desiludidos”.
O caminho para evitar tudo isto é “atualizar o início, o primeiro amor, que não é um discurso ou pensamento abstrato, mas uma Pessoa”. Somente assim – explica o Papa – saberemos enfrentar e responder a tantos novos desafios”.
Não olhar a realidade da sacada ou de um sofá
“A herança da fé e o amor de Jesus – lê-se ainda na mensagem – chegam até nós por meio da vida da Igreja” e por meio do testemunho daqueles que “há dois mil anos renovam o anúncio do acontecimento do Deus-conosco e nos permitem reviver a experiência do início como foi para os primeiros que O encontraram”.
Recuperar, portanto, a memória daquele momento, “conquistar a própria identidade”, é o esforço que a Igreja chama a cada geração a realizar.
Neste contexto, o convite de Francisco é para não se deixar “assustar pelas dificuldades que fazem parte do caminho” e sobretudo “a não olhar a realidade e o mundo da sacada”, mas a vivê-la como ocasião de anúncio alegre do Evangelho, justamente tendo conquistado “o verdadeiro, o belo e o bom que os nossos pais deixaram para nós”.
Ser testemunhas da esperança e responder à necessidade de Deus no mundo
O Papa convida os organizadores e os voluntários do Encontro a “aguçar a vista para perceber os tantos sinais da necessidade de Deus, como sentido último da existência”, de modo a “poder oferecer às pessoas respostas vivas para as grandes interrogações do coração humano”.
Os votos, por fim, são para serem “testemunhas confiáveis da esperança que não desilude” e de falar aos visitantes que chegarão ao evento, com os encontros, as mostras, os espetáculos, mas acima de tudo, com a própria vida”.
Fonte: Rádio Vaticana
Muito obrigada pelo programa Encontro com Cristo. Não perco um, to passando por um momento difícil e encontro sustento espiritual assistindo ao programa.