A tibieza ( atitude de falta de ânimo, entusiasmo, frieza espiritual) é a doença espiritual mais terrível e comum da vida cristã. Se encontra em três tipos de pessoas:
Em primeiro lugar, as que saíram duma má vida, em estado de pecado mortal, para retornar a uma vida normal, em estado de graça. Mas então, satisfeitas consigo mesmas, cessam os esforços e não querem mais se elevar.
2. Há aquelas que, depois de atingirem uma vida fervorosa, frequentemente bem jovens, esfriam para uma vida de tibieza, de mediocridade!
3. Finalmente, há o caso dos cristãos que de natural são felizes: eles nunca buscaram se tornar melhores. Deve-se pois sacudir-lhes a preguiça, a sonolência – eles dormem!; mais das vezes, só de uma coisa precisam: um bom diretor espiritual, que lhes apontará os caminhos da vida perfeita.
Em que consiste esta terrível doença espiritual, ignorada por tantos cristãos, e contudo tão difundida? Quais são os sintomas, entre os “bons” cristãos?Pode-se distinguir pelo menos dois:
1. Confissões e comunhões rotineiras; por vezes, mais e mais espaçadas. Orações rápidas e superficiais, sem concentração para pôr-se diante de Deus, para entrar em contato com ele.
2. O cristão tíbio tenta evitar um pouco o pecado venial, por não se submete totalmente a Deus, justifica seus “pecadinhos”: quem é mundano, continua mundano; quem é ciumento ou invejoso não se sente incomodado; os mentirosos e desonestos, os faladores continuam a cometer faltas contra a caridade, tranquilamente…
Em resumo, o tíbio vive ainda em estado de “graça”, mas de maneira relaxada, preguiçosa; deixa-se levar pelas emoções do momento, sejam elas a piedade, a cólera ou outra paixão qualquer.
Santa Teresa de Ávila nos dá a esperança do remédio seguro para vencer esta doença:
“Passei nesse mar tempestuoso quase vinte anos, ora caindo ora levantando. Mas levantava-me mal, pois tornava a cair. Tinha tão pouca perfeição que, por assim dizer, nenhuma conta fazia de pecados veniais. Se temia os mortais não era a ponto de me afastar dos perigos. Sei dizer que é uma das vidas mais penosas que se possa imaginar. Nem me alegrava em Deus, nem achava felicidade no mundo. Em meio aos contentamentos mundanos, a lembrança do que devia a Deus me atormentava. Quando estava com Deus, perturbavam-me as afeições do mundo com o auxílio da graça, é possível sair da tibieza e passarmos da condição de frios e temerosos a fervorosos no Espírito!” (Vida 8,2)
Padre Alberto Gambarini
ESSE ARTIGO ME AJUDOU MUITO . POIS NA MINHA CASA MEUS PAIS ESTÂO AFASTADOS DO CATOLICISMO POR CAUSA DO PLURALISMO RELIGIOSO DE MINHA IRMÂ – QUE TEM MUITA INFLUÊNCIA SOBRE ELES E É MESTRA EM SOCIOLOGIA . OBRIGADO POR NOS ESCLARECER PADRE . OSSIAN FILHO .