A Comissão Pontifícia para a América Latina (Santa Sé) defendeu a realização de uma assembleia do Sínodo dos Bispos dedicada à realidade das mulheres.
A posição é assumida no documento final da Assembleia Plenária deste organismo, publicado no jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, esta quinta-feira, após a reunião realizada de 6 a 9 de março sobre o tema ‘A mulher, pilar da edificação da Igreja e da sociedade na América Latina’.
“Esta Comissão Pontifícia para a América Latina não pretende projetar os seus próprios programas e as próprias exigências à Igreja universal, no entanto, coloca-se seriamente a questão de um Sínodo da Igreja universal sobre o tema das mulheres na vida e missão da Igreja”, pode ler-se.
O encontro contou com a participação de 15 personalidades femininas latino-americanas, por decisão do Papa, além de 22 cardeais e bispos, membros e conselheiros da Assembleia.
O secretário da Comissão Pontifícia para a América Latina, Guzmán Carriquiry Lecour, disse que a iniciativa ajudou a “rejeitar as leituras simplificadas e simplistas da realidade para reconhecer a complexidade e se medir com ela”.
O documento final defendeu uma “mudança de mentalidade e um processo de transformação”, por uma Igreja Católica “livre de preconceitos, dos estereótipos e das discriminações sofridas pela mulher”.
“Tenhamos além disso, nas Igrejas locais, a liberdade e a coragem evangélica para denunciar todas as formas de discriminação e opressão, violência e exploração sofridas pelas mulheres em diversas situações, e para introduzir o tema da sua dignidade, participação e contribuição na luta pela justiça e a fraternidade, dimensão essencial de evangelização”, acrescenta o texto.
Fonte: Agência Ecclesia.