Ser devoto de um santo ou santa da Igreja Católica é uma forma de aprofundar na vida de santidade
Todos os homens e mulheres são vocacionados a uma vida de santidade. Este é um chamado comum e universal desde o início da humanidade, como está em Levítico 11,44: “Sede santos porque Eu sou santo”, assim diz o Senhor. Nesta perspectiva, a Santa Igreja Católica, em sua sabedoria e conduzida pelo Espírito Santo, enaltece alguns fiéis na condição de santo, por um processo de canonização que, verifica-se e comprova a prática heroica das virtudes e fidelidade à graça de Deus vivida nesta terra.
Desta forma, nestes santos e santas de Deus, pode-se dizer que “brilha a santidade da Igreja” (Catecismo da Igreja Católica, 867), e esta, os apresenta como “modelos e intercessores” (CIC, 828) de todos aqueles que buscam um caminho de perfeição e imitação de Cristo, pois, “aquele que afirma permanecer n’Ele, deve viver como Ele viveu” (1Jo 1,8). Com isso, a devoção aos santos nos ajuda no percurso de santificação.
Por que ser devoto de um santo?
A devoção autêntica não consiste em sentimentalismo estéril, passageiro ou em vã credulidade, mas procede de uma fé verdadeira. Ser devoto não é adorar, mas venerar a vida dos homens e mulheres de Deus, que procuraram em tudo viver conforme o Evangelho. Então, a devoção a um santo é uma forma de observar a vivência de sua entrega total a Deus, de admirar e imitar o seu testemunho de santidade e amor ao Nosso Senhor Jesus Cristo.
Os santos contemplam e louvam a Deus; eles não deixam de velar por aqueles que deixaram na terra. Nisso, ser devoto de um santo é ter esse auxílio, porque interceder é o mais alto serviço que eles prestam ao plano de Deus. Portanto, a devoção nos orienta na caminhada espiritual, onde, também, pedimos que eles intercedam por nós e pelo mundo inteiro (Cf. CIC, 2683).
É possível uma amizade com nossos santos de devoção, sendo que, eles são para nós escola de santidade e amizade com o Amigo dos amigos. Assim, a devoção nos ensina que tudo é graça de Deus, que não são somente os nossos esforços humanos que nos levam à santidade, mas é a mão poderosa do Senhor que nos conduz. Já que, “os santos sempre tiveram viva consciência de que seus méritos eram pura graça” (CIC, 2011) e não honras próprias.
Experiência pessoal de ser devoto
A minha experiência concreta de devoção aos santos começou após o meu encontro pessoal com Jesus Cristo. Ao iniciar leituras sobre a vida da Igreja Católica fui conhecendo os homens e mulheres canonizados pela Igreja, que são exemplos de cristãos e que hoje me ajudam muito no caminho de santificação. Cito, brevemente, minha experiência com os santos e a santa que tenho afinidade e devoção.
O primeiro santo que fiz uma profunda experiência espiritual foi São Pio de Pietrelcina. No ano de 2005 após uma leitura sobre a vida de Padre Pio, comecei a ter uma enorme admiração e em seguida profunda devoção a este santo, que me ensina a via da oração, penitência e total doação a Deus e ao próximo. Vejo em São Pio, o exemplo de santidade e observação rigorosa dos votos de obediência, pobreza e castidade. Padre Pio dizia: “Quando te encontrares diante de Deus, na oração, considera-te banhado na luz da verdade.”
O segundo santo que me aproximei foi São João Bosco; mais conhecido como Dom Bosco. Ao iniciar meu caminho vocacional, na Canção Nova, tive a graça de conhecer mais de perto este santo, que tem me ensinado até hoje a via da santidade na ação e contemplação. Lendo um livro sobre sua biografia fiquei impressionado pela entrega e doação deste santo aos jovens ao ponto de se gastar, inteiramente, por esta causa, o que me inspira muito. Dom Bosco dizia: “Deus nos colocou neste mundo para os outros”.
O terceiro é uma santa a qual cultivo minha devoção. Ela é Santa Teresinha do Menino Jesus. Com essa santa fiz uma experiência já estando na Canção Nova, onde no ano de 2011, em Cachoeira Paulista, ganhei o livro de sua biografia “História de uma alma”. Após ler todo o livro, fiquei inflamado do desejo de viver o amor e a simplicidade. A essa santa peço sempre sua intercessão no meu caminho ao sacerdócio. Santa Teresinha dizia: “Senhor, quero revestir-me de vossa própria justiça e receber de vosso amor à posse eterna”.
Portanto, ser devoto de um santo ou santa da Igreja Católica é uma forma de aprofundar na vida de santidade, de pedir intercessão e perceber que a vida dos santos são reflexo de uma vida pautada no verdadeiro amor a Deus. Pois, os santos sempre nos conduzem ao Senhor e nunca a eles próprios, porque, são setas que apontam para o verdadeiro caminho: Jesus Cristo.
Márcio Leandro Fernandes
Fonte: Canção Nova