Por que para ser cristão é necessária a Igreja?

Em nossos dias existem pessoas que tem uma certa dificuldade de aceitar a necessidade da Igreja. Estes afirmam: “Creio em Deus, mas não na Igreja e nem nos padres.”. Neste sentido, vale a pena recordar um trecho de um artigo do Cardeal Joseph Card. Ratzinger (Bento XVI), intitulado Por que permaneço na Igreja:

“Eu estou na Igreja porque creio que hoje como antes e independentemente de todos nós, por trás de nossa igreja vive Sua Igreja e não posso estar próximo Dele senão permanecendo em Sua Igreja. Eu estou na Igreja porque apesar de tudo, creio que não é no fundo nossa, senão Dele.

A Igreja é a que, não obstante a todas debilidades humanas existentes nela, nos dá a Jesus Cristo; unicamente por meio dela posso recebê-lo como uma realidade viva e poderosa, aqui e agora. Sem a Igreja, Cristo se evapora, se diminui, se anula. E o que seria da humanidade privada de Cristo?”

Por isso, é importante lembrar:

A Igreja é uma instituição divina, porém a sua frente estão homens com todas as suas virtudes e defeitos. Jesus Cristo prometeu estar com a Igreja até o final dos tempos, porém não assegurou que seus membros não dariam mau exemplo. Vemos esta realidade triste entre os próprios apóstolos, Judas Iscariodes roubava o dinheiro das ofertas e também traiu o mestre por 30 moedas, Pedro negou Jesus três vezes.

A palavra cristão surge pela primeira vez em Atos 11,26 “em Antioquia é que os discípulos, pela primeira vez, foram chamados pelo nome de cristãos. A expressão cristãos foi usada para identificar quem seguia a Jesus. Portanto, o cristão não um admirador ou fã de Jesus, e sim um discípulo. Em Jo 8,31 lemos: “E Jesus dizia aos judeus que nele creram: Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos.”. Deste modo, o discípulo, porque permanece na palavra, sabe que a Igreja nasceu da própria vontade de Jesus que disse “ tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. (Mt 16,18). A regra de vida da Igreja foi dada na última ceia, por meio da Eucaristia, sinal da comunhão viva com Cristo. Jesus revela a importância de celebrar a Eucaristia ao dizer “fazei isto em memória de mim”(Lc 22,19).Também aprendemos que o Espírito Santo derramado no dia de Pentecostes (Cf. At 2,1ss), conduz os primeiros cristãos a testemunharem a essência da Igreja: “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações.” (Atos 2,42).