O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, fez no final da tarde de sábado para a Rádio Vaticano, um primeiro balanço do encontro mundial de jovens em Cracóvia:
“A Igreja polonesa é uma grande Igreja, tem uma grande tradição. O povo polonês tem uma grande história. É um povo que nos deu muitos Santos, o último deles o nosso caríssimo e grande João Paulo II. Mesmo que num tempo breve, o Papa Francisco entrou em profundidade em contato com o povo e com a Igreja polonesa, um pouco em todas as suas dimensões. Deu a eles o sentido de seu afeto, da sua proximidade, da sua mensagem de ser Igreja em saída, de ser Igreja criativa. Demonstrou um grande respeito pela tradição dos valores cristãos e pela história da qual vem este povo, da qual vem esta Igreja e ao mesmo tempo – com discrição, mas com decisão – deu também ao povo e à Igreja polonesa a sua mensagem que é aquela que está dando em todo o mundo: de estar em saída, de serem missionários, de serem solidários, de serem dialogantes, de construírem uma grande comunidade de nações por um mundo de paz. Portanto, acredito realmente que tenha sido um encontro feliz, sereno, muito construtivo e que possa dar à Igreja na Polônia, ao povo polonês aquela serenidade, aquela alegria de continuar a olhar em frente, sentindo ter um Papa que está nas pegadas, na direção de João Paulo II, levando em frente dele também as mensagens essenciais, antes de tudo, a do anúncio da misericórdia no mundo de hoje, que dela tem extrema necessidade”.
RV: O que lhe chamou mais a atenção nesta JMJ, entre as tantas que o senhor pode participar?
“Cada Jornada da Juventude realiza-se em um contexto particular e pode dar, portanto, uma mensagem específica. Digamos que, por exemplo, não sei, a de Paris tinha demonstrado a alegria e a vitalidade da fé em um mundo secularizado que não se esperava, que ficava surpreso pela vitalidade e pela fé dos jovens. É uma mensagem diferente…. Nesta, a mensagem é de coragem e de esperança em um mundo marcado por conflitos e por temores, isto me parece muito evidente, e é uma mensagem muito preciosa. Uma coisa análoga foi, por exemplo, em Toronto, também depois dos atentados de 11 de setembro às Torres Gêmeas: eram vários meses mais tarde, mas a impressão ainda estava muito forte. Era de novo, também naquele caso, uma mensagem de esperança em um mundo que se sentia incerto pela presença do ódio em formas novas, que não se conhecia ainda. E foi uma mensagem importante. Portanto, cada Jornada da Juventude assume um significado particular segundo o contexto em que se coloca. As primeiras, a primeira, a de Czestochowa, era aquela em que se vivia um pouco a Europa do Leste que se abria, e portanto, a possibilidade do encontro com “os dois pulmões da Europa”: também aquela era uma mensagem nova, extremamente importante. Aqui sabemos todos em que momento estamos vivendo da história e o evento “Jornada Mundial da Juventude” é um grande sinal de esperança para este mundo. O evento como tal é que é a mensagem: o evento como tal criado, naturalmente, pela fé, pelo anúncio do Evangelho que chama todos estes jovens, estas forças maravilhosas, estes entusiasmos e estas esperanças maravilhosas de futuro que têm os jovens, e as orienta, as catalisa, faz com que tomem consciência das próprias potencialidades de serviço e de anúncio para o mundo de hoje. Ontem (ndr – sexta-feira) o Papa: “As coisas podem ser mudadas?” – perguntava aos jovens. “Siiim!”. Ele os fazia repetir e os fazia repetir: devem tomar consciência, os jovens: tomar consciência – este milhão e mais de jovens que está aqui – que se ouvem a Palavra de Deus, se acreditam no amor antes que no ódio, então podem dar uma contribuição importante para este mundo”.
Fonte: Rádio Vaticano