Uma agenda austera espera o Papa no próximo dia 6 de junho, quando Francisco visitará Sarajevo, na Bósnia Herzegóvina. Os compromissos do Pontífice foram apresentados na manhã desta quinta-feira, no Vaticano, pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e da Rádio Vaticano, Padre Federico Lombardi.
Padre Lombardi definiu a próxima visita do Papa a Saravejo como um “evento de grande significado”. “A paz esteja convosco”, tema da viagem, indica as principais questões a serem enfrentadas pelo Papa no complexo País que busca uma reconciliação.
País dividido
Na Bósnia, hoje, representantes muçulmanos, sérvios e croatas se alternam na presidência com a mediação de um alto representante das Nações Unidas. Reflexo da sociedade em que uma população de pouco menos de 4 milhões de habitantes é dividida em 40% que seguem o Islã, 31% de cristãos ortodoxos e 15% de católicos.
“Os muçulmanos são a população da Bósnia – chamados também de ‘bosniak’. Os ortodoxos são, na maior parte, sérvios como etnia e os católicos são croatas. Existe, portanto, uma multiplicidade religiosa que corresponde – de maneira geral – à multiplicidade étnica com estes três componentes principais”, disse Lombardi.
Diálogo
A mensagem do Papa será focada na construção da reconciliação para o futuro do País, que sai de anos dramáticos de guerra, onde a situação econômica não é das melhores. Neste sentido, a visita apostólica levará sementes para fortalecer o diálogo inter-religioso.
“Portanto, o encontro inter-religioso durante a viagem será particularmente importante e significativo”, apontou o Diretor da Rádio Vaticano.
No séquito do Papa estarão os cardeais Tauran e Koch, presidentes dos dicastérios vaticanos para o Diálogo Inter-religioso e para a Unidade dos Cristãos. Um funcionário leigo do vaticano, como de costume, também estará na comitiva papal.
Programação
Saída de Roma às 7h30 com chegada a Sarajevo às 9h; seguem-se as boas-vindas no palácio presidencial com os três membros da presidência e o encontro com as autoridades. A seguir, a Missa será celebrada no mesmo estádio que recebeu João Paulo II: 60 mil lugares foram disponibilizados.
O Papa vai falar em italiano e ao longo dos deslocamentos com o papamóvel descoberto passará diante dos cemitérios presentes nos parques da cidades. O almoço acontecerá na Nunciatura onde o Papa encontrará os bispos da Bósnia-Herzegóvina, recebidos no Vaticano em março passado.
À tarde o encontro na catedral com os sacerdotes, religiosos e seminaristas que levarão ao Papa os seus testemunhos. “Acredito que serão testemunhos muito fortes, intensos, dramáticos pela história que será contada”, disse Padre Lombardi.
Na sequência, o encontro ecumênico e inter-religioso no centro estudantil franciscano e aquele conclusivo com os jovens no centro diocesano João Paulo II. Só então, a volta para Roma, prevista para as 20h.
Medjugorie
Questionado sobre um eventual pronunciamento do Papa sobre as aparições de Medjugorie, Padre Lombardi respondeu: “Não creio que podemos esperar nada a respeito. Eu não espero referências sobre Medjugorie. O Papa é livre para falar o que acredita, quando quiser. Não cabe a mim, portanto, dizer o que deve fazer. Todavia, se a pergunta é: ‘Esperas, devemos esperar, que fale sobre isso?’. Não acredito”.
Ainda sobre Medjugorie, Lombardi esclareceu que a comissão vaticana encarregada do caso entregou um relatório à Congregação para a Doutrina da Fé que continua agora a desenvolver as suas considerações. “Não tenho nenhuma previsão para a conclusão dos trabalhos”, arrematou o porta-voz do Vaticano.
Fonte: Rádio Vaticano