A chuva intensa que cai na capital filipina há dias não conseguiu apagar a paixão católica de milhões de fiéis se concentraram no parque Rizal de Manila para a missa presidida pelo Papa Francisco, que teve início às 15h30, hora local, de domingo, 18. Foi o último compromisso público do Pontífice em sua 7ª viagem internacional.
A região próxima ao grande altar da gigantesca esplanada do parque Rizal, que se estende por cerca de 60 hectares, estava já praticamente ocupada de manhã, pois muitos dos fiéis aguardavam desde a noite de sábado, 17, e passaram a noite ali para assegurar um lugar. O trânsito foi fechado em todas as estradas que levam ao local.
Em um dos palcos instalados, canções ao vivo, dança e música amenizaram a espera dos fiéis filipinos, vindos de todos os pontos do país. Conhecida popularmente como ‘Luneta’, a área contou com o policiamento de 25 mil agentes.
Chegando ao local com o papamóvel, o Pontífice foi recebido por uma multidão de fiéis que agitavam bandeirinhas filipinas e do Vaticano e seguravam fotos e imagens para serem abençoadas. A música difundida em alto-falantes deu um tom festivo ao evento. Um coro de mil membros e uma orquestra de 120 músicos animaram as duas horas da cerimônia, em que foram utilizados vários idiomas regionais, refletindo a diversidade cultural do país.
Senhor Deus-Menino
A homilia desta missa começou com a referência ao domingo ‘do Senhor Deus-Menino’, mais antiga e popular devoção das Filipinas, ele que recorda a todos nós que somos filhos de Deus, membros da família de Deus, irmãos e irmãs em Cristo. “Vimos uma belíssima expressão disto quando os filipinos se uniram em torno dos nossos irmãos e irmãs atingidos pelo tufão”, disse.
Francisco se dirigiu aos fiéis do maior país católico na Ásia lembrando-lhes que têm uma vocação especial: são chamados a ser exímios missionários da fé na Ásia. E chamou todos a uma responsabilidade, a de sermos testemunhas de Deus da sua verdade e da sua justiça:
A atenção ao meio ambiente
“Deus Criou o mundo como um jardim esplêndido e pediu-nos para cuidar dele. Todavia, com o pecado, o homem desfigurou aquela beleza natural; pelo pecado, o homem destruiu também a unidade e a beleza da nossa família humana, criando estruturas sociais que perpetuam a pobreza, a ignorância e a corrupção”.
O Papa apontou ainda outro perigo: a mentira, cujo pai é o diabo.
“Muitas vezes, ele esconde as suas insídias por detrás da aparência da sofisticação, do fascínio de ser «moderno», de ser «como todos os outros». Ele nos distrai com a vista de prazeres efémeros e passatempos superficiais. Desta forma, desperdiçamos os dons recebidos de Deus, entretendo-nos com apetrechos fúteis; gastamos o nosso dinheiro em jogos de azar e na bebida; fechamo-nos em nós mesmos. Esquecemos de nos centrar nas coisas que realmente contam. Esquecemo-nos de permanecer interiormente como crianças”.
Família
Voltando ao «Santo Niño» (Deus menino), Francisco recordou que nossa identidade deve ser protegida. “É importante proteger as nossas famílias e a família mais ampla que é a Igreja, a família de Deus, e o mundo, a nossa família humana”.
“Assim como no Evangelho, Jesus acolhe as crianças, abraça-as e abençoa-as, também nós temos o dever de proteger, guiar e encorajar os nossos jovens, e a necessidade de ver cada criança como um dom que deve ser acolhido, amado e protegido. E devemos cuidar dos jovens, não permitindo que lhes seja roubada a esperança e sejam condenados a viver pela estrada”, completou.
Enfim, o Pontífice se despediu dizendo que no final da sua visita às Filipinas, entrega seu povo a Jesus, que veio estar entre nós como criança: “Que Ele torne todo o amado povo deste país capaz de trabalhar unido, de se proteger mutuamente a começar pelas vossas famílias e comunidades, na construção de um mundo de justiça, integridade e paz”.
Fonte: Rádio Vaticano