O Senhor não se cansa de ter misericórdia de cada um e oferece uma vez mais seu perdão. Esta foi a ideia principal da homilia do Papa Francisco na celebração da Eucaristia e imposição das cinzas e criticou os cristãos hipócritas e sua incapacidade de chorar pelos males do próximo e do mundo.
Começa o tempo de Quaresma e, como é tradição, o Papa Francisco presidiu a celebração da imposição das cinzas. Antes, o Santo Padre visitou a Igreja de São Anselmo no monte Aventino, em Roma, onde teve um momento de oração, seguida da procissão penitencial para a Basílica da Santa Sabina.
“O Senhor nunca se cansa de ter misericórdia de nós, e quer nos oferecer uma vez mais o seu perdão, todos precisamos disso, convidando-nos a voltar a Ele com um coração novo, purificado do mal, purificado pelas lágrimas, para tomar parte da sua alegria”, afirmou o Pontífice.
Mas, “como acolher este convite?’, perguntou. “Sugere isso São Paulo na Segunda Leitura do dia: “Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus” (2 Cor 5, 20)”.
“Sabem, irmãos, que os hipócritas não sabem chorar, esqueceram como se chora, não pedem o dom das lágrimas”.
Sobre o “esforço de conversão” assinalou que “não é somente uma obra humana. A reconciliação entre nós e Deus é possível graças à misericórdia do Pai que, por amor para nós, não vacilou em sacrificar seu Filho unigénito”.
O Papa explicou neste ponto que “Cristo, que era justo e sem pecado, por nós foi feito pecado (v.21) quando na cruz foi encarregado dos nossos pecados e assim nos redimiu e justificou diante de Deus. “Nele” nós podemos nos tornar justos, Nele podemos mudar, se acolhemos a graça de Deus e não deixamos passar em vão o “momento favorável”.
“Por favor, paremos, paremos um pouco e nos deixemos reconciliar com Deus”, pediu o Pontífice.
“Com essa consciência, começamos confiantes e alegres o itinerário quaresmal. Maria Mãe, Imaculada, sem pecado, apoie o nosso combate espiritual contra o pecado, acompanhe-nos neste momento favorável, para que possamos alcançar e cantar juntos a exultação da vitória na Páscoa da Ressurreição”, disse o Papa ao concluir sua reflexão.
“E como sinal de querer nos deixarmos reconciliar com Deus, em público cumpriremos o gesto da imposição das cinzas sobre a cabeça. O celebrante pronuncia estas palavras: “Recorda-te que és pó e ao pó retornarás” (cfr Gen 3, 19), ou repete a exortação de Jesus: “Convertei-vos e acreditais no Evangelho” (cfr Mc 1, 15). Ambas as fórmulas constituem um chamado à verdade da existência humana: somos criaturas limitadas, pecadores sempre necessitados de penitência e conversão. Quanto é importante escutar e acolher tal chamado neste nosso tempo!”
“O convite à conversão é então um empurrão a voltar, como fez o filho da parábola, aos braços de Deus, Pai terno e misericordioso, a chorar naqueles braços, a confiar Nele e se confiar a Ele”, concluiu o Pontífice.
Fonte: ACI Digital