Após o Angelus deste domingo, 17, o Papa Francisco saudou os mais de cinco mil migrantes de 30 nacionalidades que celebraram o seu jubileu no Vaticano, no Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, lembrando os seus sonhos e sofrimentos.
“Caros migrantes e refugiados, cada um de vós traz em si uma história, uma cultura, valores preciosos e muitas vezes, infelizmente, experiências de miséria, de opressão, de medo”, disse o Santo Padre, na janela do apartamento pontifício.
O Papa explicou aos presentes na Praça de São Pedro que este Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, no contexto do Ano Santo da Misericórdia, “é celebrado também como jubileu dos migrantes”.
“Alegra-me, por isso, poder saudar com grande afeto as comunidades étnicas aqui presentes, todos vós”, disse.
“A vossa presença nesta Praça é sinal da esperança em Deus: não deixeis que vos roubem essa esperança e a alegria de viver, que brotam da experiência da divina misericórdia, também graças às pessoas que vos acolhem e vos ajudam”, acrescentou.
Francisco deixou votos de que a passagem da Porta Santa e a Missa do jubileu, que se seguiram à recitação do ângelus, tragam “paz” ao coração dos migrantes e refugiados.
Na celebração deste ano, a Basílica de São Pedro recebeu a Cruz de Lampedusa, que foi feita com madeira de barcos utilizados pelos migrantes e abençoada pelo Papa Francisco a 9 de abril de 2014.
Hóstias preparados por presidiários
Já o presidente do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, cardeal Antonio Mara Veglió consagrou hóstias preparadas por três presos da prisão de segurança máxima de Opera, em Milão, na Eucaristia a que presidiu na Basílica do Vaticano.
O Papa quis agradecer publicamente a estes presos, depois da recitação do ângelus, antes de pedir um “aplauso” para eles.
Silêncio diante do sofrimento dos refugiados
Na mensagem para a celebração do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2016, Francisco denunciou a “indiferença” e “silêncio” da comunidade internacional perante o sofrimento dos migrantes e refugiados que procuram fugir da pobreza e das guerras.
“Todos os dias, as histórias dramáticas de milhões de homens e mulheres interpelam a comunidade internacional, testemunha de inaceitáveis crises humanitárias que surgem em muitas regiões do mundo”, escreveu.
Por ocasião desta celebração, a Cáritas Europa lembra por sua vez as mais de 3700 pessoas que morreram no Mediterrâneo, incluindo oito crianças, em 2015.
“A Cáritas lembra à União Europeia que o sofrimento dos migrantes poderia ter sido evitado se os líderes comunitários tivessem chegado a acordo sobre canais mais seguros e legais para a Europa”, refere a organização católica.
Fonte: CN Notícias