O Papa Francisco pediu aos cristãos que sejam “homens de sonhos” como São José, e não “sonhadores sem os pés no chão”.
O Santo Padre centrou a sua homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta, na manhã desta terça-feira, na figura de São José, sobre o qual afirmou que “é o homem que sabe acompanhar em silêncio”, é “o homem dos sonhos”.
Explicou que nos Evangelhos, São José é apresentado como “um homem justo que observa a lei, um trabalhador, humilde, apaixonado por Maria”.
Diante do incompreensível, “prefere colocar-se de lado, mas depois Deus lhe revela a sua missão”, assinalou Francisco. E assim José abraça a sua tarefa, o seu papel, e acompanha o crescimento do Filho de Deus “em silêncio, sem julgar”.
Ele ajudou Jesus “a crescer, a se desenvolver. Assim procurou um lugar para que o filho nascesse; cuidou dele; ajudou-o a crescer; ensinou-lhe a profissão: muitas coisas… Em silêncio. Jamais tomou para si a propriedade do filho: deixou-o crescer em silêncio”.
“Deixa crescer: seria a palavra que nos ajudaria muito, a nós, que por natureza sempre queremos colocar o nariz em tudo, sobretudo na vida dos outros. ‘E por que faz isso? Por que faz aquilo…?’ E começam a fofocar, falar…. E ele deixa crescer. Protege. Ajuda, mas em silêncio”.
O Papa também definiu São José como “o homem dos sonhos”, que não é o mesmo que “um sonhador”.
“O sonho é um lugar privilegiado para buscar a verdade, porque ali não nos defendemos da verdade. Vêm e… Deus fala também nos sonhos. Nem sempre, porque normalmente é o nosso inconsciente que vem, mas Deus muitas vezes escolheu falar nos sonhos”.
“E o fez muitas vezes, na Bíblia se vê, não? Nos sonhos. Mas José era o homem dos sonhos, mas não era um sonhador, eh? Não tinha fantasias. Um sonhador é outra coisa: é aquele que crê… vai… está no ar e não tem os pés no chão. José tinha os pés no chão”.
Ao contrário, “São José tinha os pés no chão, mas era aberto”.
Deste modo, o Papa pediu “para não perder a capacidade de sonhar com o futuro: cada um de nós. Cada um de nós: sonhar a nossa família, os nossos filhos, os nossos pais. Ver como eu gostaria que fosse a vida deles. Os sacerdotes também: sonhar os nossos fiéis, o que queremos para eles”.
Finalmente, convidou a “sonhar como sonham os jovens, que são ‘sem pudor’ ao sonhar, e ali encontram um caminho. Não perder a capacidade de sonhar, porque sonhar é abrir as portas para o futuro. Ser fecundos no futuro”.
Fonte: ACI Digital.