O Papa recebeu na manhã desta sexta-feira (15/05), os bispos da República Centro-Africana em visita Ad Limina e reconheceu a situação “difícil e dolorosa” pela qual o país tem passado desde 2012.
“É quando a raiva e a violência se desencadeiam que somos chamados – e encontramos a força necessária para isso na cruz e no batismo – a responder com o perdão e com o amor”, disse Francisco à delegação composta por nove bispos da República Centro-Africana. O Papa também afirmou sua proximidade a todas as vítimas e refugiados no país.
Há cerca de três anos o país caiu em uma guerra civil de matrizes políticas, religiosas e territoriais. A República Centro-Africana hoje é governada interinamente pela primeira presidente mulher da história. Contudo, isso não foi suficiente para estabilizar o cenário político e religioso. Diversos atos de violência com fundo religioso ainda são perpetrados entre a população, apesar dos bispos negarem que se trate de “uma guerra inter-religiosa”.
Papel profético
Neste processo de transição institucional em curso, o Papa advertiu aos bispos que eles “têm um papel profético insubstituível em reiterar e testemunhar os valores da justiça, da verdade, da honestidade que está na base de todo a renovação, em promover o diálogo e a coexistência pacífica entre as diferentes religiões e etnias, favorecendo assim a reconciliação e a coesão social, chave para o futuro”.
O Pontífice recordou ainda que a Igreja não deve “misturar-se em querelas políticas” mas que, todavia, deve incentivar o papel dos leigos cristãos nos assuntos políticos.
Solução de Paz
Em dezembro de 2013 o Conselho de Segurança da ONU aprovou um intervenção militar sob a liderança francesa. Em abril de 2014, aprovou a criação da missão de Paz Minusca, que chegou ao país com 10 mil homens em setembro e, desde então, está em andamento.
A República Centro-Africana tem mais de 6 milhões de habitantes, dos quais cerca de 50% são cristãos. Destes, aproximadamente 36% são católicos. Ocupa um dos últimos lugares na lista do desenvolvimento humano (185º) e registra altos níveis de pessoas soropositivas.
São João Paulo II foi o único Pontífice a visitar o país, em 1985.
Fonte: Rádio Vaticana