O Papa Francisco e a Cúria Romana ouviram, nesta sexta-feira, 19, na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano, a primeira pregação da Quaresma feita pelo frei capuchinho Raniero Cantalamessa.
Na pregação intitulada “A adoração em Espírito e verdade. Reflexão sobre a Constituição Sacrosanctum Concilium” o religioso frisou que após o Concílio Vaticano II houve um despertar do Espírito Santo. “Ele não é mais ‘o desconhecido’ na Trindade. A Igreja tornou-se mais consciente de sua presença e de sua ação”, disse.
Segundo o religioso, se há uma área em que a teologia e a vida da Igreja Católica foi enriquecida nestes 50 anos de pós-concílio, é certamente a relacionada ao Espírito Santo, mas ressalta que existem vazios e lacunas a serem preenchidos, em especial, sobre o papel do Espírito Santo. “Já tomava nota desta necessidade São João Paulo II, quando, por ocasião do XVI centenário do concílio ecumênico de Constantinopla, em 1981, escrevia em sua Carta Apostólica, a seguinte afirmação”:
“Todo o trabalho de renovação da Igreja, que o Concílio Vaticano II tão providencialmente propôs e iniciou […] não pode ser realizado a não ser no Espírito Santo, isto é, com a ajuda da sua luz e do seu poder”.
Cantalamessa deu algumas orientações práticas para viver a liturgia. “O Espírito Santo não autoriza a inventar novas e arbitrárias formas de liturgia ou modificar de própria iniciativa aquelas existentes (tarefa que cabe a hierarquia). Ele é o único, no entanto, que renova e dá vida a todas as expressões da liturgia”, disse ele.
Cantalemessa destacou que o Espírito Santo vivifica especialmente a oração de adoração que é o coração de toda oração litúrgica.
A Companhia de Jesus no México publicou ontem (18/02) no canal web YouTube uma breve vídeo-mensagem do Papa Francisco aos jesuítas mexicanos gravada, ao que parece, durante o encontro ocorrido na sede da Nunciatura Apostólica na capital mexicana.
O Pontífice pede a seus confrades para trabalharem sem cessar pela dignidade das pessoas, em especial das que sofrem. E ressalta a importância da juventude mexicana e de seu patrimônio espiritual.
Uma saudação de irmão
Papa Francisco colheu a ocasião da visita de seis jesuítas à Nunciatura, logo no início de sua viagem, para enviar a mensagem a toda a Companhia.
Continuem trabalhando pela dignidade
“Continuem trabalhando pela dignidade, a dignidade de Jesus que está em toda mulher e homem do México”: esta é a exortação principal de Francisco a seus irmãos jesuítas. “O México – revela – tem um rosto jovem”.
O México sofre, mas o México é grande
“O México sofre – constata com tristeza – mas o México é grande, tem coisas lindas, tem uma riqueza impressionante, uma história original, quase única na América Latina”. E esta, segundo Francisco, é a força inestimável dos mexicanos. O Pontífice assegura suas orações e pede aos jesuítas que trabalhem pela causa do Beato mártir Miguel Augustin Pro, jesuíta de Guadalupe.
Ainda durante o encontro, os jesuítas mexicanos doaram ao Papa as relíquias do mártir morto em 1927 nas perseguições anticatólicas perpetradas pelo regime anticlerical de Plutarco Elías Calles.
Presidente do México entre 1924 e 1928, foi o autor da famosa ‘lei Calles’ (1926), que fazia aplicar rigorosamente as disposições anticlericais constantes da constituição de 1917. Entre outras coisas, a lei Calles previa multas para sacerdotes que se apresentassem em público com vestes religiosas e pena de prisão de 5 anos para os padres que criticassem o governo.
Fonte: Rádio Vaticano