“Somos cristãos, mas vivemos como pagãos”, lamentou o Papa Francisco nesta sexta-feira, 5 de outubro, na Missa celebrada em sua residência na Casa Santa Marta.
Em sua homilia, o Santo Padre denunciou a hipocrisia daqueles que “se sentem orgulhosos de ser cristãos”, mas vivem como se não fossem. Para essas pessoas, o cristianismo é “como um costume social”, mas “expulsaram Jesus de seus corações”.
Peçamos ao Espírito Santo que nos escancare as portas do coração, de modo que Jesus possa entrar para nos trazer a sua mensagem de salvação. #SantaMarta
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) October 5, 2018
Por isso, o Papa advertiu sobre o perigo ao qual enfrentam esses cristãos que vivem sua fé “como um costume social”. São cristãos que dizem: “Eu que recebi muito do Senhor, nasci numa sociedade cristã, conheci Jesus Cristo, conheci a salvação”, mas ao mesmo tempo, com muita facilidade se esquecem de Jesus.
“Essa atitude – continuou – nos faz mal, porque reduzimos o Evangelho a um fato social, sociológico, e não a uma relação pessoal com Jesus”.
Recordou que “Jesus fala a mim, fala a você, fala a cada um de nós. A pregação de Jesus é para cada um de nós”.
O Santo Padre se perguntou: “Como é possível que aqueles pagãos, que ao ouvirem a pregação de Jesus o seguem, e eu, que nasci aqui, numa sociedade cristã, me acostumo, e o cristianismo é como se fosse um costume social, uma veste que visto e depois a deixo?”.
Nesse sentido, Francisco assegurou que quem age assim se comporta com hipocrisia, com a “hipocrisia dos justos”.
“Há a hipocrisia dos pecadores, mas a hipocrisia dos justos é o medo ao amor de Jesus, o medo de deixar-se amar. E, na realidade, quando nós fazemos isso, nós tentamos administrar a relação com Jesus”.
Essa atitude consiste em dizer: “Sim, eu vou à Missa, mas você fique na Igreja que eu depois vou para casa”. Então, lamentou o Papa “Jesus não volta conosco para casa: na família, na educação dos filhos, na escola, no bairro…”.
Por isso, o Papa convidou a fazer um exame de consciência repetindo essas palavras: “Ai de ti, ai de ti”. O Pontífice explicou que “ai de ti, porque eu dei muito, dei a mim mesmo, escolhi você para ser cristão, ser cristã, e você prefere uma vida pela metade, uma vida superficial”.
“Quando se vive esta hipocrisia cristã, o que nós fazemos é expulsar Jesus do nosso coração. Fazemos de conta tê-lo conosco, mas o expulsamos. Somos cristãos, orgulhosos de sermos cristãos, mas vivemos como pagãos”, concluiu.
Evangelho comentado pelo Papa Francisco:
Lc 10,13-16
Naquele tempo, disse Jesus: 13 “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. 14 Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura do que vós. 15 Ai de ti, Cafarnaum! Serás elevada até o céu? Não, tu serás atirada no inferno. 16 Quem vos escuta a mim escuta; e quem vos rejeita a mim despreza; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou”.
Fonte: ACI Digital.