Enquanto o vírus ebola continua fazendo vítimas na África Ocidental, a organização Catholic Relief Services trabalha para combater o surto educando as comunidades afetadas e dissipando os mitos locais.
“Esta é a primeira vez que a África Ocidental experimentou uma epidemia do ebola”, informou o oficial de informação regional do CRS para a África Ocidental e Central, Michael Stulman.
“Muitas pessoas não sabem o que é o Ebola ou acreditam que não existe”, disse Stulman ao Grupo ACI em 31 de julho. “Existem muitos mitos em relação ao vírus”.
Stulman advertiu que muitas ideias errôneas sobre o Ebola estão facilitando a propagação mortal do vírus na África Ocidental.
Há informações erradas, como por exemplo, “se for ao hospital, os médicos darão injeções que te matarão, ou também, pensam que uma vez que a pessoa entra no hospital, não sairá com vida”, assinalou Stulman. Entretanto, a verdade é que existem sobreviventes do Ebola e “receber um tratamento o mais rápido possível é algo fundamental”.
Stulman adicionou que alguns acreditam que o Ebola é resultado de uma maldição que só pode ser desfeita por curandeiro tradicional. Do mesmo modo, existe um risco de propagação do Ebola em cerimônias funerárias que incluem lavar o corpo do defunto.
“No CRS tentamos enfrentar os mitos, medos e desafios culturais que as pessoas estão experimentando”, disse Stulman.
O surto atual do Ebola se iniciou em março e se estendeu pela Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Ebola não tem vacina nem tratamento específico. O vírus se transmite através do contato direto com o sangue, secreções ou outros líquidos corporais das pessoas infectadas. Segundo relatórios, esta epidemia tem uma taxa de mortalidade de aproximadamente 60 por cento.
Em 31 de julho, os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças dos Estados Unidos aconselharam evitar as viagens não essenciais a Serra Leoa, Guiné e Libéria. Esta advertência chegou justo um dia depois da declaração de estado de emergência de parte do presidente de Serra Leoa.
Devido a sua transmissão de pessoa a pessoa, o Ebola coloca muitos missionários médicos em risco.
O Corpo de Paz retirou 340 voluntários da África Ocidental após dois trabalhadores terem se contagiado com o vírus.
A primeira vítima norte-americana foi Patrick Sawyer, que morreu em 25 de julho depois de sofrer um colapso em um aeroporto da Nigéria.
Dois médicos missionários norte-americanos que pertencem à organização cristã Samaritan’s Purse também foram diagnosticados. Kent Brantly e Nancy Writebol contraíram o vírus quando trabalhavam em um centro de atendimento do vírus ebola perto da capital da Libéria, Monróvia.
Os missionários chegaram aos Estados Unidos para receber tratamento em uma unidade de isolamento especial no Hospital da Universidade de Emory, Atlanta.
Até o momento, a equipe do Catholic Relief Services não esteve exposta ao vírus e todo o pessoal não essencial foi retirado das áreas afetadas.
“Seguimos monitorando a situação diariamente”, explicou Stulman. “A segurança do pessoal é uma prioridade para o CRS”.
A educação pública é um elemento fundamental no trabalho do CRS para combater a epidemia do Ebola. A agência trabalhou em conjunto com líderes locais, Cáritas, e ministérios da saúde para criar consciência sobre este vírus.
CRS está utilizando as estações de rádio locais para transmitir informações e conversas com funcionários da saúde e líderes da comunidade. Com isto, convida-se os ouvintes a ligarem para expor as suas dúvidas e perguntas sobre a epidemia.
A esperança está em que uma melhor educação conduza a melhores práticas de prevenção e a um controle na propagação da doença.
Fonte: ACI Digital