O Papa Francisco e seus colaboradores da Cúria Romana participaram na manhã desta sexta-feira (24/03), na capela Redemptoris Mater, no Vaticano, da III pregação de Quaresma. O pregador da Casa Pontifícia, Fr. Raniero Cantalamessa, desenvolveu o tema “O Espírito Santo no mistério pascal de Cristo”.
Nas duas meditações anteriores, o Fr. Cantalamessa discorreu sobre como o Espírito Santo nos introduz na “plena verdade” sobre a pessoa de Cristo, fazendo-nos conhecê-lo como “Senhor” e como “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro”. Nas restantes meditações, a atenção passa da pessoa para o obrar de Cristo, do ser para o agir.
A relação entre o Espírito Santo e a morte de Jesus é enfatizada, especialmente, no Evangelho de João. O Espírito Santo leva Jesus à cruz e da cruz Jesus dá o Espírito Santo. No momento do nascimento e, depois, publicamente, em seu batismo, o Espírito Santo é dado a Jesus; no momento da morte, Jesus dá o Espírito Santo.
A morte não é para o fiel o fim da vida, mas o início da verdadeira vida; não é um salto no vazio, mas um salto na eternidade. Ela é um nascimento e um batismo.
O cristianismo não é feito para aumentar o medo da morte, mas para removê-lo; Cristo, diz a Carta aos Hebreus, veio “para libertar aqueles que, com medo da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2,15). “O cristianismo não cresce com o pensamento de nossa própria morte, mas com o pensamento da morte de Cristo!”, ressaltou Fr. Cantalamessa.
Por isso, afirma ainda o frade franciscano, mais eficaz que meditar sobre a nossa morte, é meditar sobre a paixão e morte de Jesus. Essa é uma meditação que suscita comoção e gratidão, não angústia; nos faz exclamar, como o apóstolo Paulo: “Me amou e se entregou por mim” (Gl 2, 20).
O Fr. Cantalamessa conclui propondo um “exercício piedoso” durante a Quaresma, isto é, o de tomar em mãos um Evangelho e ler por conta própria, com calma e na íntegra, a narração da paixão de Cristo.
Fonte: Rádio Vaticano