O Santo Padre enviou, neste sábado (12/11), uma Mensagem aos participantes na XXXI Conferência Internacional promovida pelo Pontifício Conselho para os Agentes da Saúde, que se realizou na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, de 10 a 12 deste mês.
Partindo do tema, abordado por peritos qualificados, provenientes de diversos países, “Por uma cultura da saúde acolhedora e solidária a serviço das pessoas acometidas por patologias raras e negligenciadas”, o Papa citou alguns dados da Organização Mundial da Saúde (OMS): são cerca de 400 milhões as pessoas que, no mundo, sofrem de doenças definidas “raras”.
Mas, o cenário das doenças “negligenciadas”, disse Francisco, é bem mais dramático, porque abrangem mais de um bilhão de pessoas. Tais doenças, de natureza infecciosa, são difundidas mais entre as populações pobres do mundo, sobretudo na África e América Latina, onde há escassez de água potável e péssimas condições higiênico-alimentares, sociais e habitacionais.
Trata-se, disse o Pontífice, de um desafio imane em nível global, que, porém, não é impossível enfrentar por todas as realidades humanas, institucionais, inclusive eclesiais.
A este respeito, Francisco apresentou três considerações para contribuir com a reflexão feita pelos participantes nesta XXXI Conferência Internacional.
Primeira consideração: toda pessoa enferma merece ser acolhida, curada e, se possível, sarada. À base de toda iniciativa, deve haver uma vontade livre e corajosa de fazer o bem, para resolver este problema global da saúde, ou seja, a “sabedoria do coração”.
Entre todos aqueles que se dedicam, com generosidade, à assistência e acompanhamento do homem que sofre, está a Igreja, que continua esta verdadeira obra de misericórdia. Estas doenças “raras” e “negligenciadas” tem estreita relação com o ambiente. Eis porque devemos dar absoluta importância e respeito à custódia da Criação, nossa Casa Comum.
A segunda consideração: a prioridade da Igreja deve ser a de estar em “contínua saída” para testemunhar, concretamente, a misericórdia divina entre os marginalizados que vivem na periferia existencial, socioeconômica, sanitária, ambiental e geográfica do mundo.
A terceira e última consideração tem relação com o tema da justiça, ou seja, toda pessoa enferma deve ter acesso à assistência sanitária, independentemente dos fatores socioeconômicos, geográficos e culturais. A razão de tudo isso parte de três princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja: sociável, subsidiário e solidário.
Com base nestes três princípios doutrinais, concluiu o Papa, podem ser individuadas soluções realistas, corajosas, generosas e sociais para enfrentar, com eficácia, a emergência sanitária das doenças “raras” e “negligenciadas”.
Fonte: Rádio Vaticano