A 23ª Conferência do Clima (COP, sigla em inglês), realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde a segunda-feira, 6, chega à sua segunda semana com a presença dos líderes das Ilhas do Oceano Pacífico. Eles esperam tomar parte nas discussões acerca do Acordo de Paris ― tratado firmado em 2015 que estabelece a redução das emissões de carbono e prevenção no aquecimento global.
O Papa Francisco se encontrou neste fim de semana com a delegação de líderes do Fórum das Ilhas do Oceano Pacífico, com os quais dividiu seus pensamentos sobre o impacto do aquecimento global no nível dos oceanos nos arquipélagos, regiões costeiras e pesqueiras. O Pontífice pede por uma cooperação global, solidariedade e estratégias que sejam direcionadas à deterioração do meio ambiente e a saúde dos oceanos.
Poucos momentos antes da audiência papal, Taneti Maamau, presidente da República de Quiribati, e Fiame Naomi Mata’afa, Vice-Primeiro-Ministro da Samoa, representantes das Ilhas do Pacífico, falaram sobre como as mudanças climáticas estão atingindo os moradores destas regiões.
Os líderes das nações citadas explicam como as estradas estão sendo afetadas nas regiões costeiras e as escolas muitas vezes precisam ser fechadas quando há secas, marés gigantes e até ciclones. Estes estão se tornando problemas regulares, obrigando-os a procurar alternativas para o abastecimento de água. “Não podemos esperar. Nosso povo está chorando”, afirma o presidente Maamau.
O presidente da República de Quiribati também citou a encíclica Laudato Si, escrita pelo Papa Francisco, e afirmou ter encontrado grande incentivo. “A Terra é nosso lar, nossa mãe, temos que cuidar dela. Este é o mandato divino que nos foi dado, mas algumas vezes somos muito gananciosos, pensamos que podemos levar tudo em nossas mãos para satisfazer nossas necessidades. Muitas vezes levamos muito e isto tem causado problemas. Minha mensagem ao Papa é ‘obrigado’”, disse Maamau.
Fiame Naomi Mata’afa, Vice-Primeiro Ministro da Samoa, observa que as nações do Pacífico tem defendido de forma severa os limites da elevação da temperatura global para 1,5 ºC em vez de 2 ºC. Com evidências científicas apontando para uma aceleração das mudanças climáticas, as nações da Ilha do Pacífico esperam mostrar o quão urgente é a questão, além de propor ideias realistas sobre como alcançar o limite 1,5 ºC.
“Também teremos que analisar se podemos planejar e organizar como uma comunidade de partidos”, disse Mata’afa sobre decisão dos Estados Unidos de se retirar do Acordo de Paris.
Fonte: Canção Nova.