Todos os anos, nos dias 28 e 29 de agosto, se renova na cidade de Áquila o rito de indulgência concedido por Celestino V em 1294. O Rito da indulgência plenária é obtido ao atravessar a Porta Santa da Basílica de Santa Maria de Collemaggio
O Perdão Celestino foi doado à Igreja pelo Papa Celestino V no final do seu breve Pontificado, há 724 anos representa um rito coletivo ao qual participam milhares de pessoas e dezenas de comunidades da região de Abruzzo e que este ano assume um valor ainda mais intenso: graças à restauração concluída em dezembro de 2017, será possível, como de tradição, atravessar a Porta Santa da Basílica de Santa Maria de Collemaggio, destruída no terremoto de 2009.
Papas recordam Celestino V
Além de fotografias, testemunhos visíveis de um patrimônio espiritual e cultural, selecionamos algumas considerações dos três últimos Pontífices sobre o Papa Celestino V.
Ao falar sobre o seu Pontificado, Paulo VI já dizia em 1966 por ocasião de uma homenagem especial na cidade de Fumone:
“São Celestino V, depois de poucos meses, compreende que está sendo enganado pelos que o rodeiam, aproveitam-se da Sua inexperiência para obter benefícios próprios (…), este Papa, como dever, aceitara o Pontificado supremo, assim como por dever, renuncia, não por vilania, como descreve Dante – se suas palavras referem-se verdadeiramente a Celestino – mas por heroísmo de virtude, por sentimento de dever”.
Papa Francisco durante a proclamação do Ano Jubilar Celestino em 5 de julho de 2014 recordou assim o Pontífice:
“ Há uma ideia forte que me impressionou, pensando na herança de são Celestino V. Como são Francisco de Assis, ele teve um sentido fortíssimo da misericórdia de Deus, e do fato que a misericórdia de Deus renova o mundo (…) estes santos sentiram a necessidade de oferecer ao povo algo ainda maior, a maior riqueza: a misericórdia do Pai, o perdão ”
Papa Bento XVI, durante sua viagem pastoral a Sulmona, ao encontrar os jovens em 4 de julho de 2010 disse:
“ São Celestino V: ele soube agir segundo a consciência em obediência a Deus, portanto sem receio e com grande coragem, também nos momentos difíceis, como aqueles ligados ao seu breve Pontificado, não temendo perder a própria dignidade, mas consciente de que ela consiste em estar na verdade. E o garante da verdade é Deus ”
São João Paulo II visitando a região de Abruzos, em 30 de junho de 1985, falou de Celestino V aos cidadãos de Atri:
“Pietro de Morrone, o eremita da montanha, que dos espetáculos da natureza hauria inspiração para se elevar aos cumes da contemplação e que tornando-se Celestino V, permaneceu sempre ligado – com a mente e o coração – ao fascínio da solidão contemplativa”
Candidatura Unesco
O Perdão Celestino, junto com a indulgência da Porciúncula, é considerado uma antecipação do Jubileu de 1300 anunciado pelo Papa Bonifácio VIII. A UNESCO confirmou, para 2019, a candidatura da Indulgência Celestina como “patrimônio imaterial da humanidade”.
Fonte: Vatican News